Nova York está ficando pequena para a bandidagem. Depois de Demolidor e Jessica Jones, um outro herói chega para patrulhar as ruas da metrópole norte-americana. Com estreia prevista para esta sexta (30), Luke Cage é a nova produção da Netflix no segmento de supercombatentes do crime com problemas reais – e segue ampliando os holofotes sobre as minorias na cultura pop.
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Nascido no início dos anos 1970, Luke Cage espelhava o blaxploitation, subgênero do cinema centrado na comunidade negra urbana que ganhava projeção à época. Foi dos primeiros personagens negros a ganhar destaque nos quadrinhos ao lado do Pantera Negra, dos Vingadores. Mas enquanto T’Challa (que chegou agora aos cinemas interpretado por Chadwick Boseman em Capitão América – Guerra civil) era o herdeiro de um poderoso reino africano, Cage criou-se nas ruas do então mal visto Harlem.
A falta de oportunidades o levou ao mundo do crime, passando a integrar gangues locais. Acabou preso e virou cobaia de experimentos ilegais que lhe conferiram força sobre-humana e uma pele impenetrável. De volta para casa, encontra o Harlem dominado pelo crime – mas, contrariando o mantra do vizinho Homem-Aranha, seus grandes poderes não lhe trouxeram grandes responsabilidades.
Pelo contrário: começou a alugar seus músculos hiperanabolizados para quem pagasse mais. Porque diferente de um Capitão América ou um Homem de Ferro, Cage não se sente um herói. Ele sequer sabe (ou quer) agir como um. As ruas e a prisão lhe deram valores baseados na violência e na coerção física e moral. Cage é, antes de tudo, um sobrevivente – embora carregue o desejo de ver sua comunidade vem paz.
O que fazer a partir disso será um dos dramas explorados na primeira temporada da série, estrelada por Mike Colter (de The good wife) e tendo Mahershala Ali (de House of cards) como o vilão Cottonmouth.
Mais representatividade na cultura pop
Luke Cage engrossa o coro da representatividade de minorias no universo pop, que na própria Netflix já conta com Jessica Jones, uma das primeira mulheres fortes dos quadrinhos a protagonizar uma série de TV de sucesso. No cinema, depois de ganhar destaque em Guerra Civil, o Pantera Negra está para ganhar um filme próprio, previsto para 2018.
Nos quadrinhos esse movimento é maior. O Homem-Aranha de um universo alternativo é o jovem hispânico Miles Morales, Thor passou a ser Jane Foster, o novo Homem de Ferro é a adolescente negra Riri Williams, e a Miss Marvel hoje é Kamala Khan, uma jovem muçulmana.
Novo time desuper-heróis
A base de operações de Luke Cage é o Harlem, célebre bairro de maioria negra de Nova York. Mas a cidade é também lar para outros heróis do universo Marvel, que Cage vira e mexe encontra nos quadrinhos – como o Homem Aranha e o Quarteto Fantástico. Na Netflix, o grandalhão se conecta especificamente com três personagens: Demolidor, Jessica Jones e Punho de Ferro.
Produção do serviço de streaming que inaugurou a parceria com a Marvel, Demolidor narra as histórias do advogado cego Matt Murdock (Charlie Cox) que à noite se traveste do vigilante mascarado que dá nome à série. Está na segunda temporada, mas desde a primeira definiu as regras do microcosmo que está em formação: clima sombrio, iluminação indireta, pouco contraste de cores, densidade dramática e violência gráfica.
Jessica Jones, a super-heroína vivida por Krysten Ritter que decide recomeçar a vida como investigadora, manteve a carga e introduziu Luke Cage – com quem viveu um rápido affair e que ganha agora sua própria série seguindo a mesma paleta. Fechando o grupo vem Punho de Ferro. Prevista para 2017, a série protagonizada por Finn Jones conta a história de Danny Rand, mestre em artes marciais com habilidades místicas.
Juntos, os quatro personagens deverão formar o grupo Os Defensores, que basicamente unem forças para lutar contra criminosos em Nova York enquanto tentam lidar com seus próprios problemas. A previsão de estreia é também para 2017.