Lançado no recém-finalizado Festival de Gramado, o livro 100 melhores filmes brasileiros chega nesta semana às livrarias do país e ganha como complemento uma programação especial do Canal Brasil: a partir desta segunda-feira, serão exibidos, sempre à 0h15min das madrugadas de segunda para terça e de terça para quarta, 20 dos cem títulos que foram analisados por críticos de cinema de diferentes regiões do Brasil.
A publicação da Editora Letramento é uma iniciativa da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Os filmes abordados foram selecionados a partir de uma votação que contou com a participação dos associados. Três jornalistas de Zero Hora participam do projeto: Daniel Feix, que escreve ensaio sobre Jogo de cena (2007), de Eduardo Coutinho; Marcelo Perrone, autor da análise sobre Rio, 40 graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos; e Roger Lerina, com um texto dedicado ao longa-metragem A lira do delírio (1978), de Walter Lima Jr.
Não há distinção de período, gênero ou metragem nos títulos analisados. A proposta lançada pela Abraccine, entidade criada em 2011 e presidida pelo mineiro Paulo Henrique Silva, responsável pela organização do volume, foi a de imprimir nos artigos um viés ensaístico, com o objetivo de tornarem-se referenciais nos estudos dos filmes. Mais votado na enquete, Limite (1931), de Mario Peixoto, também é o mais antigo título da seleção, e Que horas ela volta? (2015), de Anna Muylaert, o mais recente. O curta-metragem Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado, é o representante gaúcho.
A mostra do Canal Brasil será simbolicamente aberta na noite desta segunda para terça com O pagador de promessas (1962), de Anselmo Duarte, ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Na noite de terça para quarta será a vez de O auto da compadecida (1999), de Guel Arraes. Ainda em setembro, serão apresentados Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, Matou a família e foi ao cinema (1969), de Júlio Bressane, Eles não usam black-tie (1981), de Leon Hirszman, e Ônibus 174 (2002), de José Padilha.
Até novembro, serão exibidos pelo Canal Brasil clássicos como Vidas secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, Deus e o diabo na terra do sol (1964), de Glauber Rocha, São Paulo S.A. (1965), de Luis Sérgio Person, e Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho.
100 melhores filmes brasileiros
Organização de Paulo Henrique Silva.
Editora Letramento, 432 páginas, R$ 79,90.