Um dos grandes nomes das artes gráficas da América Latina, o argentino Carlos Nine morreu neste sábado. A causa da morte ainda não foi informada.
Ele tinha 72 anos e uma carreira prolífica que incluía, além de trabalhos em desenho, pinturas, esculturas, aquarelas, roteiros e filmes de animação. Por desenhos para revistas como Humor, Il Grifo, Co & Co e Fierro, recebeu prêmios ao redor de todo o mundo, além de ter lançado livros em vários idiomas.
Ilustrou edições de obras de Shakespeare e Cervantes e livretos de ópera na França, além de ter publicado trabalhos nas revistas Playboy dos EUA, da Argentina e da Itália. Fez muitos quadrinhos e cartuns sobre figuras da cultura pop, incluindo pin-ups e personagens fictícios do cinema.
Carlos Nine esteve diversas vezes em Porto Alegre, participando de eventos e lançando seus trabalhos na capital gaúcha. Ganhou uma mostra individual no Museu do Trabalho e foi convidado do Salão de Desenho para a Imprensa, tradicionalmente realizado na cidade.
Coube a ele ilustrar o livro Porto Alegre, nono volume da coleção Cidades invisíveis, lançada pela ExxonMobil a partir de 2002 (integram a mesma série títulos sobre o Rio de Janeiro, com traço do francês Jano, sobre São Paulo, vista pela pena do inglês David Lloyd, e sobre Florianópolis, desenhada por Eloar Guazelli Filho).
Nine nasceu em Haedo, província de Buenos Aires, mas passou a maior parte da vida na cidade vizinha de Olivos, onde será enterrado.