Existem atores que foram feitos para o papel de mocinho. Outros, se especializam em fazer maldades na telinha e colecionam tipos sem nenhum caráter. Há ainda uma terceira categoria, aqueles que são artilheiros em qualquer posição e transitam facilmente pelos mais variados personagens, sem que o público enxergue em cada um deles qualquer vestígio do papel anterior.
Assim é Mateus Solano, impecável em todos os papéis que caíram em suas mãos até agora. A maior prova do talento desse rapaz veio em Viver a Vida (2009), quando interpretou os gêmeos Jorge e Miguel. Parecia que estávamos diante de dois atores diferentes em cena, tamanha a transformação que ocorria de um gêmeo para outro. Sem abrir a boca, o ator dava o tom certo a cada personagem apenas pelo olhar.
E o que dizer do inesquecível Félix, o vilão que virou o queridinho do público em Amor à Vida. Graças ao carisma de Mateus Solano, foi impossível odiar o adorável malvadão. O carinho dos telespectadores redimiu Félix, que ganhou um final feliz e um par romântico adorável: Niko (Thiago Fragoso).
Pouco tempo se passou desde as maldades de Félix, ainda muito vivas na memória do público. Eis que surgiu um vilão ainda mais cruel para Mateus Solano: o Rubião, de Liberdade, Liberdade. Seria difícil para muitos atores diferenciar um malvado do outro. Mas não para um ATOR (assim mesmo, em maiúsculo) como Mateus Solano. Mais uma vez, fomos arrebatados por um talento sem medidas, que se renova a cada novo personagem. Rubião dificilmente terá um final feliz na novela das 23h, mas Mateus Solano ainda tem uma longa e brilhante carreira de heróis, vilões e o que bem entender. É sucesso garantido em todos os papéis, horários e cenários.