Aqui vem spoiler, portanto, leiam o horóscopo lá em outra página os que não quiserem saber mais sobre o começo da sexta temporada de Game of Thrones.
Shakespeare escreveu: “Este é o inverno do nosso descontentamento”, ou algo assim em inglês shakespereano, e Game of Thrones resolveu descontentar em grande escala. A tadinha da Arya, por exemplo. Já achei uma chatice o tempo que ela perdeu naquele castelo do deus das muitas faces, e agora ainda preciso ver a menina cega e sofrendo bullying?
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Como a sexta temporada não está fácil pra ninguém, Daenerys descobre que os dragões são infiéis, e os bárbaros de quem ela era rainha não curtem muito viúvas dos seus reis. Como ela vai se virar, não sabemos, mas Daenerys não leva desaforo pro khalasar e devemos esperar reviravoltas em breve. No mundo Lannister, um problema parece ser o de excesso de religião. O profeta da moralidade, High Sparrow, gosta de maltratar mulheres em situação de fragilidade, algo nada comum entre profetas, não é mesmo? Mais uma vez, mulheres sofrem, e espero que essa temporada não se transforme em uma alegoria sobre o nosso presente.
Jon Snow, bom, não sabemos ainda o que acontece com ele, embora o rapaz dê a impressão de estar bastante morto. Ao norte da Muralha, tudo é possível, não é mesmo. E, para o final, reservaram a melhor cena, em que a bruxa Melisandre revela o seu segredo ao retirar o colar mágico que segura tudo no lugar. A beleza nada mais é do que um detalhe, algo que um colar segura por um tempo, e se esvai. O que sobra somos nós, nossas pequenas alegrias, nossas descobertas e os muitos descontentamentos. Nisso, GoT abriu a temporada em grande estilo, lembrando a todos que não é boa por ser mágica, mas por ser sobre a vida, toda ela, inclusive o que a gente prefere, na maior parte do tempo, não ver.