Ashton Kutcher e Danny Masterson ficaram famosos graças a uma sitcom. Em That ‘70s Show, Kutcher fazia o belo e nada brilhante Michael Kelso, enquanto Masterson interpretava o hippie debochado Steven Hyde.
Dez anos depois do fim da série, os dois se reúnem novamente, como irmãos na frente das câmeras e produtores atrás delas, em The Ranch, da Netflix. Kutcher é Colt, um jogador de futebol americano que volta para o rancho da família no Colorado, depois de uma carreira fracassada. Lá, reencontra seu irmão mais velho, Rooster (Masterson), e seu pai, o durão Beau (Sam Elliott). Debra Winger faz Maggie, a mãe dos dois rapazes.
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That ‘70s Show era sitcom clássica. The Ranch pode parecer uma, com câmeras múltiplas e público no estúdio, mas não é.
– Estamos tentando mudar tudo nesse formato. Odeio sitcoms. Nossa estrutura é diferente, não temos piada no fim da cena, por exemplo. Temos cenas de drama, sem nenhuma piada – diz o produtor Jim Patterson
De fato, The Ranch tem muito conflito familiar genuíno, mas não aqueles típicos das comédias do gênero, criados só para gerar piadas.
Ashton Kutcher é hoje astro de Hollywood, mas ele cresceu em Iowa, um lugar com forte cultura agrícola. O mundo mostrado em The Ranch não é, portanto, tão estranho ao ator de 38 anos. Na entrevista a seguir, ele fala mais sobre o novo trabalho.
Podemos falar sobre o carma de That ‘70s Show já que está trabalhando novamente com o Danny Masterson?
Fui para Los Angeles aos 20 anos. Não tinha amigos, não conhecia ninguém. As pessoas com quem trabalhava viraram minhas amigas e continuaram sendo. Aprendi a me virar nesta indústria em grande parte por causa de Danny. Ele me ensinou como me comportar e a não ficar me achando muito. Quando fiquei, ele me deu bronca.
O que é diferente na masculinidade desse mundo da série e de Los Angeles?
Cresci numa cultura parecida com a da série, em que ser homem é ser duro, não mostrar emoção, engolir tudo. Não pode chorar. Também é uma questão de geração. Historicamente, os homens bem-sucedidos, da classe trabalhadora, no mundo pós-industrial, trabalhavam muito, eram duros, não reclamavam nem perdiam o controle. Nessa revolução tecnológica que estamos vivendo, sua mente vale mais do que sua grandeza. A definição do que é ser homem está mudando.
Como a experiência é diferente de "Two and a Half Men"?
Fui para Two and a Half Men quando ela já tinha oito anos no ar e não ia ficar dando opinião. Fiz o que me pediram. Aqui é diferente. É experiência de cooperação completa. Escolhemos Don (Reo) e Jim (Patterson) porque são incríveis de trabalhar, gostam de colaborar. Eles vêm ao set para sugerir como uma cena deve ser feita e nós vamos à sala dos roteiristas para opinar sobre como determinada coisa deve ser escrita. E, assim, encontramos consenso.