Um dos efeitos colaterais menos evidentes – e ao mesmo tempo mais importantes – da nossa interminável crise ética-política-econômica é a significativa revoada de brasileiros para outras plagas, à procura de um ambiente mais estável e mais promissor. As razões são óbvias: as ruas estão inseguras, por conta de uma segurança pública falida; os índices de desemprego sobem mais que o Pedro Geromel cabeceando; e as oportunidades de crescimento profissional são raras. Uruguai e Argentina já viveram cenários parecidos, mas nesses países os emigrantes eram quase sempre jovens. Aqui no Brasil, vivemos um clima de desassossego em todas as faixas etárias. Tem gente de meia-idade que batalhou para obter seu passaporte da Comunidade Europeia e agora pensa em usá-lo para fins bem mais definitivos que pegar uma fila menor na alfândega.
Coluna
Carlos Gerbase: Bye, bye, Brasil
O colunista escreve quinzenalmente no 2º Caderno
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