São 13 anos sem conseguir conciliar a agenda para fazer novelas no Brasil, mas, a partir do dia 14, Rodrigo Santoro estará de volta como estrela da primeira fase de Velho Chico. Na nova trama das 21h, exibida pela RBS TV, o ator de 40 anos interpretará o fazendeiro Afrânio – papel que depois será de Antônio Fagundes.
O folhetim de Benedito Ruy Barbosa é uma saga familiar que atravessa gerações às margens do Rio São Francisco, que tem ápice no romance impossível entre Maria Tereza (Camila Pitanga), a filha de Afrânio, e Santo (Domingos Montagner). É a retomada das histórias rurais no horário nobre, uma aposta da Globo para fidelizar o público que anda arisco às tramas realistas dos últimos anos.
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Com carreira consolidada no Exterior, onde fez filmes como Simplesmente Amor (2003), 300 (2006) e Os 33 (2015), e séries como Lost (2004-2010), Santoro já sabe o que fará após Velho Chico. Está confirmado na série Westworld, produção de J.J. Abrams – de Lost e Star Wars: O Despertar da Força (2015) – para a HBO. Em entrevista por e-mail, Santoro fala sobre sua volta à TV no Brasil.
Como é voltar às novelas após tanto tempo?
Estava louco para rever minha família e meus amigos. Não há coisa melhor, mas estava difícil conciliar com os projetos que tenho fora do país. Conseguir fazer esta novela foi uma conjunção de fatores positivos. O convite veio na hora certa e de um diretor (Luiz Fernando Carvalho) pelo qual tenho enorme respeito. Além disso, queria mesmo fazer uma novela, pois me sentia muito afastado do grande público. É muito bom reencontrar amigos, trabalhar na minha terra, falar a minha língua, gravar em lugares incríveis que eu não conhecia. Está sendo maravilhoso.
Afrânio, seu personagem, depois será interpretado por Antônio Fagundes. Vocês chegaram a trocar ideias sobre o papel e sua composição?
Já falamos sobre o personagem e espero entregar o Afrânio da melhor forma para o Fagundes. Admiro muito o trabalho dele. Já tivemos a experiência de trabalhar juntos no longa A Dona da História (2004).
Teve uma preparação especial para fazer o Afrânio?
Fizemos uma preparação intensa para este trabalho em Velho Chico. Não só eu. Todo o elenco. É uma característica marcante do trabalho do diretor Luiz Fernando Carvalho e que acho fundamental. Esse trabalho anterior que nos ambienta com o personagem é muito rico. Tivemos aula de corpo, preparação com máscaras, entre outras coisas.
Como está sendo trabalhar com o Luiz Fernando Carvalho?
O Luiz é um diretor que admiro muito e que já tinha trabalhado outras vezes como no projeto Hoje é Dia de Maria (2005). Ele alimenta a imaginação e o mergulho profundo do ator em busca de seus personagens. É uma experiência única. Também gosto muito do texto da novela. É rico e fala sobre uma emoção bem brasileira, é um resgate cultural necessário ao nosso povo.
Como foi a experiência de gravar no Nordeste?
Incrível. Conviver com aquelas pessoas diariamente enriqueceu demais o nosso trabalho. Ver a alegria do povo ribeirinho, o contato com o sertão, é indescritível. Foi intenso, cansativo, mas maravilhoso.
Você ficou quase 13 anos afastado das novelas, o que mudou de lá para cá nessas produções?
A essência do folhetim, da dramaturgia, permanece a mesma. E as novelas continuam sendo um fenômeno no nosso país. São, na minha opinião, um produto de excelência. Além disso, aprendi muito fazendo novelas e, hoje, depois de tantos anos, posso te garantir que ainda estou aprendendo fazendo Velho Chico. As novelas das nove estão passando por um período de reformulação. Atualmente, já não são garantia de sucesso.
O que Velho Chico tem que poderá fisgar o público logo de cara?
Ninguém tem a fórmula do sucesso (risos). Posso te dizer que estamos muito felizes! É uma trama linda, que conta uma grande história de amor. Uma saga familiar que atravessa gerações, um folhetim clássico. Um melodrama. Acredito que, se o espectador seguir os capítulos, vai ter a oportunidade de se envolver e se emocionar bastante.
O que fará depois da novela?
Quando acabar de gravar Velho Chico, volto para os Estados Unidos para terminar de filmar a série Westworld para HBO americana. Depois, vou surfar!
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