Tulipa Ruiz lançou em 2010 seu primeiro disco, Efêmera, e logo caiu nas graças da crítica e do público. Chamou a atenção dos jornais britânicos The Guardian e The Independent e da revista Rolling Stone Brasil e embalou trilha sonora de novela e de videogame. Marcelo Jeneci começou tocando com e compondo para grandes músicos, como Chico César, Vanessa da Mata, Arnaldo Antunes e José Miguel Wisnik. Teve como álbum de estreia Feito pra Acabar, também em 2010, e não demorou para conquistar seu espaço no cenário musical brasileiro. Sem gostar muito de rótulos, mas caracterizando seus sons como pop, os dois destaques da nova música brasileira receberam indicações ao Grammy Latino – em 2015, Tulipa levou o prêmio.
Há quase sete anos, antes de lançarem seus discos, os dois tocavam em um mesmo bar de São Paulo e resolveram escrever uma música juntos, Dia a Dia, Lado a Lado. Apresentaram-na algumas vezes e, no ano passado, resolveram não só gravá-la, mas também fazer uma turnê, na qual interpretam suas composições juntos no palco.
"O Marcelo degusta de um outro jeito o prato que eu criei", define Tulipa
O que mudou do disco Efêmera (2010) ao Dancê (2015)?
O Dancê é um disco com mais horas de voo. Fica muito nítido na sonoridade quando se está na estrada com os mesmos músicos há algum tempo. O trabalho soa mais como disco de banda do que de cantora solo.
Qual é o próximo projeto?
Seguirei com meu show Dancê neste ano. Não apresentei o disco em muitos lugares, quero tocar bastante ainda e estou adorando fazer esse show. Vou para a Europa e para o México com ele.
Como você conheceu Jeneci?
Meu irmão tocou com ele na banda Glória, então o conheci antes de ser cantora. Mas o trabalho solo fui conhecer em 2009, quando dividimos a temporada de um bar de São Paulo. Eu me apresentava em uma segunda e ele em outra. Começamos a experimentar nosso repertório mais ou menos na mesma época.
Defina o Jeneci como pessoa.
É um parceiro, um amigo querido, muito talentoso e muito generoso. Eu gosto muito das coisas que ele faz e do olhar dele, do jeito que se comunica com o mundo.
E como artista.
É um grande instrumentista, um dos melhores que eu conheço. Também é um grande compositor e cantor, por isso é um luxo poder estar perto do Marcelo músico e um barato dividir o palco com ele. A cada show, descubro um pouquinho mais desse artista.
De que forma ele complementa sua música?
Na sonoridade e na interpretação. O Marcelo degusta de um outro jeito o prato que eu criei.
"Manter a pureza da criação, seja sozinho ou em parceria, é o que interessa", afirma Marcelo Jeneci
O que mudou do disco Feito pra Acabar (2010) ao De Graça (2013)?
No Feito pra Acabar, havia uma necessidade muito grande de dizer o que eu precisava nas letras, estava preocupado com a transparência das canções. No De Graça, quis trazer uma complexidade musical que eu carregava.
É mais fácil criar sozinho ou em conjunto?
É diferente. Manter a pureza da criação, seja sozinho ou em parceria, é o que interessa. Sozinho você chega até onde quer chegar. Com parceiro, tem que ter um desapego para chegar a um lugar mais elevado ou então desviar o caminho.
Como foi o processo de criação de Dia a Dia, Lado a Lado?
Eu e Tulipa íamos nos apresentar em uma mesma noite em um bar de São Paulo e quisemos tentar compor algo juntos. Assistimos a uma temporada inteira da belíssima série Anos Incríveis e, muito inspirados naquilo, fizemos a canção, em um dia, junto com o irmão dela, o Gustavo.
Defina a Tulipa como pessoa.
Uma pessoa deliciosa, debochada, animada e verdadeira. É muito talentosa.
E como artista.
Além de ter uma voz bem singular, acho ela bastante sensual no palco. Tem voz e atitude de cantora e compositora mais caliente.
De que forma ela complementa sua música?
Somos bem diferentes. Ela traz leveza e um despojamento. Eu sou o contrário, miro em canções com recado, que explodam dentro do coração das pessoas. A gente se equilibra.
O show
Quinta, às 22h (abertura às 20h30). Opinião (José do Patrocínio, 834). Classificação: 16 anos. Ingressos: no segundo lote, R$ 100 (R$ 55 com 1 kg de alimento não perecível e R$ 50 para estudantes e idosos). No terceiro lote, R$ 120 (R$ 65 com 1 kg de alimento não perecível e R$ 60 para estudantes e idosos). Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante. Pontos de venda: Youcom Bourbon Wallig (sem taxa); Youcom Praia de Belas, Bourbon Ipiranga, BarraShoppingSul e Bourbon NH (com taxa); Multisom Andradas 1.001 e site minhaentrada.com.br.