Jimi Hendrix (1942 – 1970) está no sangue da família Endres. Por influência do pai, os irmãos Fredi e Nando, integrantes da Comunidade Nin-Jitsu, cresceram ao som de um dos maiores guitarristas da história. Mais tarde, Erick, 18 anos, filho de Fredi, passou pela mesma iniciação – ouvia as faixas do artista até como canção de ninar. Os laços musicais e de parentesco se tornaram a matriz de um novo projeto, com um nome que veio bem a calhar: Endres Experience, cuja apresentação no último Planeta Atlântida foi uma das boas surpresas do festival.
Essa paixão hendrixiana também está no braço de Fredi, que desde 2002 tem uma tatuagem com o rosto de Hendrix. Um ano depois de homenagear o artista na própria pele, ele e o irmão deram os primeiros passos para criar uma banda-tributo, mas o grupo não foi adiante. Agora, com a parceria do prodígio Erick, que está prestes a lançar seu segundo disco solo, e de Gabriel Azambuja, baterista da Cachorro Grande, o projeto engrenou. No último Planeta, a banda, ativa desde 2015, fez sua estreia em festivais para o grande público. Quem ainda não viu o grupo ao vivo pode assistir a Endres Experience nesta quinta, no bar Ocidente.
– É um tributo a Hendrix, mas tem muito da nossa personalidade. E é saudável para o músico fazer outras coisas, ter outros projetos. É diversão que queremos que vire trabalho também – explica Fredi, que comanda os vocais e uma das guitarras. Eles contam que o disco que mais os influencia é Axis: Bold as Love (1967).
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A adoração ao guitarrista é comprovada pela pilha de álbuns colecionados, muitos herdados do pai. No repertório da banda, há faixas de diferentes fases de Hendrix. Mas não vá esperando apenas uma cópia do trabalho do guitarrista. A ideia é imprimir a marca dos Endres nas canções, conta o baixista Nando:
– Acaba sendo uma coisa natural. Nós já temos bagagem e experiência, não só em Jimi Hendrix, mas em outras coisas, até outros estilos. Sempre demos muito valor em buscar uma sonoridade original. Quando a gente toca as próprias músicas dele, abre-se espaço para improvisação. Ele nunca tocava uma música de forma igual.
Nos ensaios e no palco, a intimidade em família acaba facilitando o entrosamento do grupo. Se o som não parece estar bom, não há meias palavras. – Nasci tocando (risos). Não sei como é não tocar em família. Acho mais fácil – opina Erick, que toca guitarra e se reveza nos vocais com o pai.
Fredi completa:
– É uma confraternização familiar junto com um amigo próximo, o Gabriel. Esta vibe, esta alegria no palco da gente estar tocando o Deus da guitarra acaba passando para o público. A gente quer mesmo é tocar. Quem sabe um dia a gente faz um disco de releituras, quem sabe.
Endres Experience
Show da banda no Ocidente Acústico nesta quinta, às 23h.
Ocidente (João Telles, esquina Osvaldo Aranha).
Ingressos: R$ 30, à venda na bilheteria do local a partir das 21h.
Hendrix por Endres
5 aspectos que fazem Hendrix ser Hendrix, segundo os músicos da Endres Experience:
Inovador – A maneira como ele revolucionou a guitarra e consequentemente a música do século 20.
Único – A genialidade de explorar o groove e lidar com a sujeira do rock psicodélico.
Showman – A guitarra parecia fazer parte do corpo dele, uma extensão dos seus braços.
Talento – A despretensão no jeito de cantar acabou criando um estilo inigualável.
Fenômeno – Em um curto espaço de tempo (ele morreu aos 27 anos), Hendrix produziu não só os álbuns lançados durante sua ascensão, mas deixou sua criatividade marcada em inúmeras gravações. Fez história.