Interpretar mocinhas já foi uma rotina na vida de Elizabeth Savalla. Mas a atriz, que vive a mandona Cunegundes em Êta Mundo Bom! (RBS TV, 18h20min), parece se divertir bem mais com tipos que fogem da linearidade das heroínas. Afinal, é só começar a falar sobre as maldades que apronta na pele da nova personagem para a paulistana de 61 anos se empolgar. E defendê-la não passa nem perto da cabeça de Elizabeth. Mesmo acreditando que não existe ser humano perfeito:
- Temos Deus e o demônio dentro de nós. Precisamos buscar um lado mais angelical, porque qualquer ser humano pode ter características horríveis.
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Na trama, Cunegundes é casada com Quinzinho (Ary Fontoura), com quem teve três filhos: Filomena (Débora Nascimento), Mafalda (Camila Queiroz) e Quincas (Miguel Rômulo). Como qualquer mãe, ela quer o melhor para eles. No entanto, seu desvio de caráter faz com que ela use eles para tentar resolver os problemas financeiros da família.
- Cunegundes não tem qualquer pudor ou escrúpulo. Ela é má, mas essa vilania é explorada de forma sempre engraçada. Acho que, com o mundo do jeito que está, o telespectador gosta de ver esse tom mais leve e cômico de contar uma história - analisa Elizabeth.
Para interpretar Cunegundes, a veterana atriz fez um trabalho de prosódia com a instrutora Iris Gomes, da Globo. Todos os atores cujos personagens moram na fazenda passaram pela mesma preparação vocal. Elizabeth confessa que sempre que é convidada por Walcyr Carrasco, autor de Êta Mundo Bom!, sabe que pode se entregar totalmente porque, invariavelmente, tem um papel forte nas mãos. Caso de Amor à Vida (2013), em que fez a ex-vedete Márcia:
- Foi um momento único para mim. Muitas vezes, na mesma cena, ia do drama à comédia. Foi uma loucura, gravei demais, mas ela tinha um desenho extremamente interessante.
A experiência em Amor à Vida amenizou o desejo que Elizabeth tem de voltar ao drama. Mesmo tendo estreado como mocinha, na pele da revolucionária Malvina na primeira versão de Gabriela (Globo, 1975), a comédia marcou boa parte de sua carreira, principalmente nos últimos anos.
- Adoro o humor. Precisamos levar a vida de um jeito mais solto, rindo de nós mesmos. Somos todos ridículos - defende.
Outros papéis marcantes
MÁRCIA (Amor à Vida, 2013)
Em mais uma trama de Walcyr Carrasco, a atriz interpretou a ex-chacrete que fazia de tudo para ver a filha, Valdirene (Tatá Werneck), ficar famosa.
JEZEBEL (Chocolate com Pimenta, 2003)
Uma vilã com boas doses de humor. Ao tentar roubar a herança de Ana Francisca (Mariana Ximenes), fez muitas trapalhadas.
IMACULADA (A Padroeira, 2001)
Sua primeira parceria com Walcyr Carrasco. Mais uma vilã com toque de humor, era uma beata que via conotação sexual em tudo.
AUXILIADORA (Quatro por Quatro, 1994)
Primeiro personagem cômico de Elizabeth na TV. Mulher unia-se a três amigas para se vingar do ex-marido que a trocou por outra 20 anos mais nova.
CUNEGUNDES (Êta Mundo Bom!)
Na nova parceria com Carrasco, Elizabeth interpreta uma mulher brava e opressora, que tem o apelido de Dona Boca de Fogo. Manda no marido Quinzinho (Ary Fontoura), com quem tem três filhos: Filomena (Débora Nascimento), Mafalda (Camila Queiroz) e Quincas (Miguel Rômulo). Vive tentando casar as filhas com homens ricos para tentar sair do buraco. Para viver a personagem, que tem um forte sotaque caipira, a atriz fez um trabalho específico de prosódia com uma preparadora de elenco.
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* Estadão Conteúdo