Vocês devem ter ouvido falar em Making a Murderer,o mais novo terremoto da incrível Netflix. Nos Estados Unidos, essa série documental conseguiu estragar as festas de mais gente do que a Simone cantando Então é Natal, dizem. E com razão. Making a Murderer é dinamite misturada com óleo de fígado de baleia, aquele que estragava a nossa infância, lembram? A série arruinou a minha semana, sinal de que é mais do que boa, ótima.
Basicamente, uma dupla de cineastas resolveu acompanhar o drama de Steven Avery, um habitante das áreas pobres da sociedade americana que passou 18 anos preso por um crime que não cometeu. Ao ser libertado, e quando começa a processar o estado de Wisconsin, pedindo milhões de indenização pelos anos perdidos, pimba. É acusado de assassinato, de um jeito mais do que esquisito e levado de volta à prisão.
O documentário é uma pancada no estômago que dura 10 episódios e nos deixa perplexos na maior parte do tempo, e chocados ao final. O próprio ritmo com que a história é contada, um avanço em forma de espiral, nos deixa ao mesmo tempo informados e confusos. Se o que estamos vendo é verdadeiro, o resultado é mais do que insano, absurdo. A sociedade americana, ou seu sistema de Justiça, pode operar a partir de uma visão de mundo que inclui penas cruéis e sentenças duríssimas, especialmente, ora vejam, se você for pobre e desengonçado como Steven.
A série chocou os americanos, e centenas de milhares deles assinaram uma petição para que Steven seja libertado, ou tenha novo julgamento. E se o que foi feito com ele parece injusto, o que acontece com o sobrinho de Steven, de apenas
16 anos, é brutal.
A Netflix superou o SBT em faturamento no Brasil, sabiam? E superou a si mesma nessa série que é, acima de tudo, um show de bola e uma demonstração definitiva do poder das séries no mundo de hoje. Veja, sinta e tente dormir o sono dos justos depois de Making a Murderer.
Eu não consegui.