Nos últimos anos, as novelas perderam um elemento fundamental: um bom vilão _ ou mau, no caso. Daqueles capazes de tudo, sem limites para a maldade, mas com objetivos claros e, em meio à loucura ou ambição, coerentes com a história. Na galeria dos malvadões, destaco três, inesquecíveis e cruéis na medida, se é que a maldade tem medida.
- Nazaré Tedesco (Renata Sorrah): a loira má de Senhora do Destino (2004), ladra de bebês, louca da escada, maníaca da tesoura e nada modesta criou apelidos hilários como anta nordestina, songamonga, galinha do rabo depenado, flageladinhos e muitos outros. Como não amar? O tempo só te favorece, Naza!
- Flora (Patricia Pillar): enganou muita gente, mas, quando a máscara caiu, não havia limites para tanta maldade. Capaz de matar sem dó nem piedade, com cenas dignas de filmes de terror, tirou o nosso sono, mas, ainda assim, é A Favorita dos noveleiros de plantão, como o próprio nome da trama de 2008 dizia.
- Bia Falcão (Fernanda Montenegro): poderosa, fria e calculista, foi uma vilã tão maravilhosa que não mereceu um final clichê em Belíssima (2005). Amamos vê-la em Paris, tomando champanhe ao lado de Cauã Reymond, o Mateus na história. É pra quem pode!
Regenerados
Virou moda regenerar até os piores vilões. Exemplo clássico é o Félix (Mateus Solano), de Amor à Vida (2013), que começou a novela jogando um bebê no lixo, mas se tornou um dos personagens mais amados do Brasil. Tanto que mereceu um final de conto de fadas ao lado do Carneirinho Niko (Thiago Fragoso). O monstro virou príncipe, quem diria!
Outra que merece destaque é Carminha (Adriana Esteves), de Avenida Brasil (2012). A revelação do passado sofrido da megera acabou comovendo o público e serviu como justificativa para boa parte das maldades. A volta ao lixão foi o grande castigo. Ou seria uma oportunidade de recomeçar?
Na safra atual, Gibson (José de Abreu), de A Regra do Jogo, é o único representante da velha-guarda de vilões sem limites para a maldade. No entanto, o líder da facção não deixa bem claros seus objetivos, o que enfraquece um pouco o personagem. Mas ele é o Pai, e o Pai não se questiona - "vitória na guerra!"
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