O Magic! começou quando um bando de jovens músicos canadenses se reuniu com a proposta de fazer um "The Police contemporâneo". Quando o vocalista Nasri Atweh se perguntou quais eram as influências de Sting e companhia, acabou desembocando em Bob Marley - e o resultado, após um processo de lapidação, foi Dont Kill the Magic (2014), álbum que mistura algo de pop e rock com uma levada de reggae e que lançou o grupo de Toronto ao estrelato.
Rude, o groove de verão que dominou rádios e festas em 2014 e 2015, foi um marco: depois de destronar Fancy, de Iggy Azaelia, como líder no ranking da Billboard, tornou-se a primeira canção identificada com o reggae a encabeçar as paradas desde 2003. Sem contar os lançamentos de artistas jamaicanos, uma faixa do gênero não se consagrava assim desde 1993, quando o também canadense Snow lançou Informer. E Rude, com seu cômico porém terno refrão-chiclete no qual um garoto ralha com o pai da namorada por sua visão antiquada de casamento inter-racial, é uma das canções que embalarão o Planeta Atlântida 2016.
Mas, mesmo com um primeiro disco e single de sucesso calcados no gênero musical jamaicano, o frontman Nasri Atweh faz questão de mandar para longe os rótulos.
- Não nos consideramos uma banda de reggae - diz, em entrevista a Zero Hora.
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Em vias de lançar um segundo disco, o Magic! deve trazer para o Planeta a mesma levada, mas diversificando o leque de ritmos para, além do pop e do rock, algum groove de soul e influências que vão de Paul Simon e ABBA. #SundayFunday, single lançado em plataformas online em 2015 - e que também fará parte do show do grupo em Atlântida - já dá uma amostra. O processo de finalização do álbum é bem documentado nas redes sociais da banda, dominadas por fãs brasileiros - aos quais Nasri manda um recado carinhoso:
- A mensagem é simples: estamos chegando ao Brasil. Venha ao show, veremos você lá. Vista uma roupa legal.
Entrevista: Nasri Atweh
"Sabemos que esta turnê será uma das melhores"
Mesmo que não conheça o som do grupo canadense, você provavelmente já esbarrou no trabalho de Nasri Atweh: antes do Magic!, ele compunha para artistas que vão de Justin Bieber (Never Say Never) e Shakira (Cut me Deep) a The Wanted (We Own the Night). Trabalhando com Enrique Iglesias em Miami antes de partir para o Brasil, o vocalista falou com ZH, por telefone, sobre a turnê brasileira, o novo disco da banda e sua relação com o reggae e com as criaturas do mar. Confira:
Esta será a primeira turnê do Magic! no Brasil. O que vocês esperam dos shows e do público?
Depois de tocar no Rock in Rio, nós percebemos que temos muito apoio dos fãs no Brasil. Nossos seguidores nas redes sociais são majoritariamente brasileiros. Sabemos que essa turnê aí será uma das nossas melhores. O melhor é que nossos fãs sabem mais de uma música, eles parecem saber cantar todas as músicas do álbum. Esperamos nos divertir.
Vocês farão shows em cidades litorâneas, como no caso do Planeta Atlântida. O reggae também tem um clima praiano. Isso muda o show?
Sim, claro. Gostamos de fazer um show que faça o público se conectar com onde ele está - no caso, com a praia. Também gostamos de invocar as criaturas do mar para a festa (risos).
Os fãs podem esperar canções inéditas ou covers?
Definitivamente há variedade. A maior parte do show é formada por músicas do disco e covers. Tocamos #SundayFunday, que é uma música que lançamos online. Mas todo dia é diferente, temos que sentir a vibração da plateia. O show que projetamos é (pausa) divertido.
Qual é a sua relação com o reggae? Quais artistas são influências para você?
Ultimamente, tenho ouvido muito Billy Joel e algumas coisas mais pesadas. Estamos trabalhando no nosso segundo álbum agora, e há muitas influências nele. De Paul Simon e Billy Joel a Bob Marley, com um pouco de Police, ABBA, um pouco de tudo.
Vocês planejam se manter no reggae no segundo disco?
O primeiro álbum é só metade de reggae. A outra metade tem rock e pop. Não nos consideramos uma banda de reggae. Gostamos dos elementos do reggae em algumas músicas, mas digo que abrimos nosso leque para ter mais rock e mais soul.
Sobre Rude: a letra seria sobre uma experiência pessoal?
Não, não é (risos). Todos perguntam sobre isso. Não é uma experiência pessoal, foi só uma história que me veio à cabeça. É uma canção sobre um homem que ama uma mulher e quer estar com ela. É a história de gerações.