A chuva não espantou os moradores de Vale Real da recepção à Miss Brasil 2015, Marthina Brandt, natural da cidade, na manhã desta quinta-feira, véspera de Natal. O encontro com familiares, amigos e conhecidos ocorreu no Centro de Convivências Arno Stoffels. Marcos Pellenz, 25, que conhece Marthina há 23 anos, organizava o evento. Ele conta que, quando criança, a amiga pegava os sapatos da mãe e da irmã mais velha para fazer os próprios desfiles, em casa. A brincadeira virou objetivo.
- Ela sempre teve interesse no concurso Miss e vontade de trabalhar com passarela. E ficou com esse foco, se empenhou. A força de vontade é uma característica muito forte na Marthina - relatou Marcos.
Neli Schmitz, 62, aposentada, foi professora de Matemática e Química de Marthina e comenta que ela chamava atenção na escola por seu jeito de caminhar, de se vestir e pela beleza. Naquela época, Neli conta, a miss já queria trabalhar na área.
- A gente torcia muito porque é um mundo difícil esse da moda, mas de degrau em degrau, ela foi conseguindo - afirmou Neli.
A mãe que o diga. De acordo com Jaqueline Brandt, a filha pouco dormiu e não conseguia comer direito desde o Miss Brasil. Marthina não via o restante da família há um mês.
- Tem que ser muito forte, a dedicação é 24 horas por dia. Agora teremos o Natal completo, sorte de ter ela junto da família - confidenciou.
No município, a miss virou inspiração. Leila Dresch, 40, industriária, gravou o concurso Miss Brasil e disse que a filha Camila, de 8 anos, vive assistindo. Já a filha de Fabiane Paulus, 33, Glenda, de 10 anos, começou a desfilar "como a Marthina" pela casa.
"É um clima de competição, impossível não ficar tensa", declara Marthina
Depois de fazer um discurso de agradecimento e tirar fotos, Marthina parou durante alguns minutos para conversar com a imprensa. Confira os principais trechos da entrevista.
Qual foi a etapa mais difícil de todo esse processo?
Foi o Miss Brasil. São muitas mulheres bonitas e competitivas, todas com um mesmo objetivo, querendo muito. É um clima de competição, impossível você não ficar tensa.
Qual foi a atividade do Miss Universo que tu mais gostaste?
Teve um dia que a gente se reuniu em um salão e fomos divididas em grupos de sete a oito meninas. Fizemos kits de alimentos para doar para pessoas carentes. Nós conseguimos nos entrosar bastante, além de proporcionar o bem ao próximo.
Se tu pudesses escolher uma Miss Universo, sem ser tu mesma, quem seria e por quê?
A Miss França. Ela é uma menina muito doce e não se tornou um personagem (no concurso). Mostrou ser muito verdadeira, e isso é uma coisa que me chama muito a atenção. A gente não deve mudar nosso jeito de ser dependendo das situações. Sem contar que ela é uma mulher lindíssima.
Como é voltar para Vale Real depois de toda essa trajetória?
Estou emocionada. Estou acostumada a ficar longe, por causa do meu trabalho, mas foi uma época de muitas emoções que eu gostaria de compartilhar com a minha família e não tive oportunidade. Então foi muito emocionante chegar de madrugada, ver a minha família, e vir para Vale Real hoje.
Quais são os planos daqui para frente?
Vai ser um ano bem corrido. Vou voltar a morar em São Paulo, que é um Estado onde já morei por um tempo. Vou ter bastante compromissos como Miss Brasil e continuo com minha carreira de modelo. Depois do Miss Brasil, começou uma procura muito maior pelo meu trabalho. Então vai ser um ano de muito trabalho.