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Nem heróis, nem vilões. Apenas pessoas comuns. Retratos de vidas ordinárias, como a minha e a sua, em um bairro de uma determinada cidade. Em Krum, segunda parceria da Companhia Brasileira de Teatro com a atriz Renata Sorrah, estão em primeiro plano os personagens, e não as situações, como ocorria na peça Esta Criança, apresentada no Porto Alegre Em Cena de 2013. O espetáculo tem sessões sexta-feira (18/9) e sábado (19/9), às 21h, e domingo (20/9), às 18h, no Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº), dentro da programação do 22º Em Cena, com ingressos a R$ 80 (esgotados para a sessão de domingo; veja mais informações abaixo). A trama é aparentemente simples: o personagem-título retorna à sua cidade depois de uma temporada fora e reencontra a mãe, a namorada e os conhecidos. Mas nada parece ter mudado nem sequer para Krum.
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- Como em quase todos os bons textos contemporâneos, o que importa não é tanto a história, mas como ela é contada - diz o diretor Marcio Abreu. - A peça é sobre muitas coisas, é difícil circunscrever seu sentido. Definitivamente não é sobre o fracasso. O que há é uma dimensão importante de revelar personagens.
A Companhia Brasileira de Teatro tem se caracterizado pela pesquisa de dramaturgias contemporâneas internacionais, o que ocorre novamente em Krum, escrita em 1975 pelo israelense Hanoch Levin (1943 - 1999). A experiência pessoal do autor, que passou por sete guerras, surge como subtexto da peça: como seguir com nossas vidas enquanto o mundo desmorona lá fora? Pelos retratos de vidas miúdas em tempos de transformação e crise, Levin tem sido posicionado na linhagem de autores como Tchékhov e Beckett, como explica Abreu:
- Tchékhov retrata um mundo que dá adeus a um modo de vida, mas não se sabe o que está por vir. Depois, vem Beckett, no pós-guerra, quando as expectativas também são incertas. Nestes autores, a ética e a estética são indissociáveis para pensar o homem a partir do que ele tem de ordinário. É o que faz Levin.
Reunindo nove atores, Krum é provavelmente a peça com elenco mais numeroso em 16 anos de companhia, o que não deixa de ser uma ousadia no cenário econômico do teatro nacional.
- Sob qualquer aspecto, não é simples mobilizar tudo isso. Na peça, tem o afeto e o suor de todos os artistas envolvidos - conclui Abreu.
ENTREVISTA: RENATA SORRAH
Por que deu tão certo sua parceria com a Companhia Brasileira de Teatro?
Foi paixão (risos). Ter as mesmas vontades, ter esperança de que é no teatro que a gente cresce, pesquisa e vai em frente. Foi um prazer trabalhar junto. Comecei a fazer teatro em 1968 com o Tuca, o teatro universitário carioca, na época da ditadura. Era muito bom aquele espírito de companhia, mas acabou. Sempre quis ter uma companhia, mas nunca consegui. Até que, um dia, encontrei o Marcio (Abreu, diretor do grupo). Fui ver o (espetáculo) Vida, fiquei entusiasmada. E deu tudo certo.
Você está na novela A Regra do Jogo. A televisão e o teatro têm modos de produção distintos. Como fica a cabeça da atriz?
Sempre convivi com esses dois lados. Comecei fazendo teatro, a televisão aconteceu depois na minha vida. Não sei como consigo (risos), mas faço essas duas coisas. Confesso que já fiz trabalhos bacanas na televisão, já fiz personagens muito interessantes.
Estrelas de TV parecem se movimentar em um mundo de celebridades, mas você tem uma postura crítica sobre isso.
Não entro nessa, estou totalmente fora. Nunca gostei. Sou voltada para mim, para o trabalho, mesmo quando estou estudando uma personagem de novela. Esse outro lado (do mundo das celebridades) não me interessa. Você tem que dizer alguns nãos.
Você pode comentar os próximos projetos no teatro?
Temos planos de continuar juntos. Quero muito falar do prazer que está sendo. Além do Marcio, tem todos os atores desta peça. É um prazer, uma troca. Que bom que estou viva, que bom que sou atriz. Agradeço por ser atriz em um momento tão difícil. O mundo está violento. Você tem que ir buscando as coisas, e o teatro te salva sempre.
Nesse momento de crise política e moral no Brasil, é possível ter otimismo?
Tem que ter. Não podemos retroceder, temos que ir para a frente, ajudar a atravessar essa crise e conseguir sair, de alguma maneira, vitoriosos. O mundo todo passa por uma crise, não só o Brasil. Mas não perco a esperança.
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