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Maurício Meirelles, humorista e repórter do CQC, apresenta seu mais recente show de stand-up Perdendo Amigos, nesta quarta-feira, no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo, e nesta quinta, no Teatro do Bourbon Country (veja abaixo o serviço). Durante 80 minutos, o comediante aborda temas polêmicos - como maus tratos aos animais, casamento gay, corrupção, entre outros -, que, segundo ele, o fazem perder amizades.
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O novo espetáculo é uma evolução de seu show anterior Não leve a sério (disponível na Netflix). Com mais influências do humorista americano Louis C.K., Maurício tem em mente fomentar algo além do riso:
- Ao escrever o texto, imagino o que vou falar que fará a pessoa pensar "ele tem razão" ou "ele falou uma idiotice, mas faz sentido".
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No show também se destaca o Facebullying, quadro de sucesso no YouTube, no qual o comediante chama um espectador da plateia e toma conta do seu perfil no Facebook.
Tendo uma carreira consolidada no stand-up, Maurício já foi redator do programa Legendários, autor do livro E Se o Stand Up Virasse Livro e atuou no filme Onde Está a Felicidade, de Bruna Lombardi e Ricceli. Ainda, o humorista pretende lançar um disco com a banda Renatinho - composta por ele, Tatá Werneck, Murilo Couto, Marco Gonçalves e Nil Agra.
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Em entrevista por telefone a Zero Hora, Maurício falou sobre o espetáculo que traz ao Estado e sobre o politicamente correto.
Qual a diferença do Perdendo Amigos para o Não leve a sério? O que dá para esperar do novo espetáculo?
Acho que o Perdendo Amigos é um show mais maduro. Eu tenho uma coisa minha de a cada um ano e meio dar uma renovada no texto, porque acho que o stand-up tem que ser aquilo que você está vivendo atualmente. Quando fiz o Não leve a sério não era casado, não estava no CQC e não tinha a vida que tenho hoje. Então, as verdades que eu falava naquela época mudaram. Perdendo Amigos tem esse nome por vários fatores. Um deles é porque é um show muito opinativo, falo de temas que podem dar problema. Hoje em dia estamos vivendo uma época em que qualquer opinião que você dá sendo a favor de alguma ideologia, o outro cara já te odeia. Como eu dou muita opinião forte sobre alguns assuntos, provavelmente vá perder muitos amigos durante a peça. Também tem a ver com o Facebullying, no qual eu pego a senha de alguém da plateia e, por 15 minutos, toco o terror.
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Como surgiu a ideia do Facebullying?
Surgiu da tentativa de mudar. Sempre fui conhecido no mercado por fazer stand-up, mas de uns tempos pra cá senti que precisava ter alguma coisa que fosse minha e não só o stand-up. Até porque muita gente estava confundindo o stand-up com textos polêmicos e preconceituosos, e não é isso. Então, precisava criar uma fórmula. Tentei várias coisas. Um dia resolvi analisar a foto das pessoas no Facebook. Estava logado online, quando alguém me mandou uma mensagem. Fiz uma piada com aquilo, e a plateia riu. Pensei: "Cara, tá aqui a fórmula". Desde então, toda apresentação é diferente, pois depende muito do perfil da pessoa.
Alguma vez o Facebullying deu muito errado?
Sempre (risos). Hoje eu domino, mas no começo, quando não sabia muito, abria o histórico e dava pra ver traição. Resolvi não abrir mais o histórico. Não faço nada do que a pessoa não me permite fazer. Antigamente eu era mais louco, era mais pra zoar mesmo. Hoje tento ser mais criativo e inteligente. O intuito do Facebullying não é destruir ninguém. É um trote nos tempos modernos. A pessoa se diverte junto comigo.
Em seu show Não leve a sério, você se manifesta algumas vezes contra o politicamente correto. De uns anos para cá, os limites do humor foram continuamente discutidos em reportagens, artigos e, principalmente, textões no Facebook. Tu achas que a patrulha do humor ficou mais ativa?
Eu vivo de humor. Comprei meu apartamento com humor. O humor sempre me ajudou, o que mostra que o brasileiro curte o que eu faço. Porém, quando a gente está dando voz democrática às pessoas, temos que nos acostumar a ouvir muita porcaria. Antigamente, você não tinha todo o acesso a informação que tem agora. Era difícil a crítica chegar até você. Quando se dá a voz para todo mundo, as pessoas, instantaneamente, querem criticar o tempo todo. É uma faca de dois gumes. Se eu escrever agora uma piada sobre religião, não importa o contexto, se estiver falando algo genial ou muito burro, alguém vai se ofender. Simplesmente porque é mais fácil alguém comentar "eu te odeio". Você tem que ter um filtro do que é besteira ou não.
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Sou contra o policamente correto. Acho que a gente tem que ter um "politicamente bom senso", é uma frase clichê, mas é verdade. A pergunta que devo fazer é: qual o limite do mau humor? Até quando qualquer coisa que você falar alguém vai achar pelo em ovo? Tem que ter a permeação pelo bom senso.
Que tipo de críticas você já recebeu nesse sentido?
Já recebi muitas críticas quando contestei religião. Eu respeito muito as religões, apenas as contesto. Existe uma diferença entre contestar e criticar - contestar é, de certa forma, indignar. Também já ouvi críticas quando falei de lugares que frequento. Geralmente, a crítica vem quando a pessoa é fanática ou apaixonada por alguma coisa. Por exemplo, se eu criticar o Justin Bieber agora com uma piada, as pessoas que amam ele vão odiar, e aqueles que o odeiam vão rir. Se eu fizer uma piada com o Iron Maiden, as mesmas pessoas que riram da piada com Bieber vão odiar. O fanatismo tem a ver com o politicamente correto, que não é nada mais do que um "mexeu no calo".
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Em maio, foi publicado um artigo na Atlantic que fala sobre como os comediantes estão se inserindo na opinião pública e se tornando vozes intelectuais. O texto pregava a comédia com mensagem, que o humor pode ter um propósito moral, que pode mudar o mundo. Na sua opinião, o humor pode mudar a percepção das pessoas?
Não sei se pode mudar a percepção das pessoas, acho que a função do humor não é essa. A minha função é fazer piada. Se faço você rir, ponto pra mim. Se faço você rir e crio uma contestação, mais pontos. Se faço você rir e faço você se indignar, mais pontos ainda. Se faço você rir com uma crítica, mais pontos. Agora, se só critico, contesto e não faço você rir, eu não sou humorista. A principal coisa é você rir. Cada vez mais que você coloca esses desafios de contestação, de criar um pensamento, uma retórica diferente, fica melhor. Perdendo Amigos é um show para o público sair pensando. Dou minha opiniões fortes sobre vários temas. Tem dado certo, as pessoas estão gostando. Mas vai ter gente que vai ouvir uma opinião minha sobre causa animal e não vai gostar. É o jogo, é a minha opinião que está ali. É o Maurício Meirelles falando.
Você anda viajando bastante para vários países no CQC. Como está sendo programa depois das mudanças promovidas no começo deste ano?
Está sendo ótimo. Como eu sou o repórter mais velho do CQC, estou fazendo as reportagens mais importantes do programa. Obviamente, às vezes faço aquela matéria porta de festa que não estou a fim. Mas este ano fiz a reportagem da minha vida, na qual fui pra Medellín estudar o caso do Pablo Escobar. Sempre fui fã dessa história, e foi uma matéria muito elogiada. Este ano também entrevistei Will Smith, Adam Sandler e Gerald Butler. Para mim, o desafio está muito legal. Estou gostando bastante.
Você já trabalhou em diferentes mídias: atuou em filme, foi redator do Legendários, apresenta show de humor no teatro, integra o CQC, já lançou livro, entre outros projetos. Tem alguma coisa que planeja fazer ainda?
Isso se chama dívidas (risos). Meu próximo desafio mesmo é a banda Renatinho. Pretendemos lançar um disco até o final do ano. É um grupo que não tem sentido algum porque ninguém tem tempo de ensaiar, mas é mágico quando a gente se encontra, pois fazemos um som muito nonsense.
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SERVIÇOS
Novo Hamburgo - quarta-feira (30 de setembro)
Local: Teatro Feevale (ERS-239, 2.755), fone: (51) 3271-1200.
Hora: 21h.
Valor dos Ingressos
CAMAROTE - R$100
PLATEIA BAIXA - R$ 80
PLATEIA ALTA - R$ 60
FRIZA - R$ 50
BALCÃO NOBRE - R$ 50
Descontos
- 50% de desconto para sócios do Clube do Assinante ZH e um acompanhante, limitado a 100 ingressos.
- 20% de desconto para sócios do Clube do Assinante ZH e um acompanhante nos demais ingressos.
- Meia-entrada para estudantes, mediante documentação comprovatória, e idosos.
Serviço Porto Alegre - quinta-feira (1º de outubro)
Local: Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), fone: (51) 3375-3700.
Hora: 21h.
Valor dos Ingressos
CAMAROTE - R$ 120
PLATEIA BAIXA - R$ 100
PLATEIA ALTA - R$ 80
MEZZANINO - R$ 60
GALERIAS - R$60
Descontos
- 50% de desconto para sócios do Clube do Assinante ZH e um acompanhante, limitado a 100 ingressos.
- 20% de desconto para sócios do Clube do Assinante ZH e um acompanhante nos demais ingressos.
- Meia-entrada para estudantes, mediante documentação comprovatória, e idosos.
Ponto de vendas de ingressos para as duas apresentações
Site: www.ingressorapido.com.br
Call Center: 4003-1212. Das 9h às 22h.
Bilheteria do Teatro do Bourbon Country
Av. Túlio de Rose, 80 / 301 - Porto Alegre. Das 10h às 22h.
Universidade Feevale - Campus II - Rua Coberta
ERS-239, 2.755 - Novo Hamburgo. Fone: (51) 3271-1208 Das 13h às 21h.
Bourbon Shopping NH
Quiosque Teatro Feevale, 2º andar, Centro - Av. Nações Unidas, 2001, Novo Hamburgo. Das 12h às 22h.
Agência Brocker Turismo
Av. das Hortênsias, 1845 - Gramado. Fone: (54) 3286-5405. Das 9h às 18h30min.
Classificação: 16 anos.