Nesta sexta-feira, a Netflix vai disponibilizar uma das atrações mais esperadas dos últimos tempos na TV: Narcos, criada por José Padilha e estrelada por Wagner Moura. Na madrugada, o serviço de streaming colocará no ar para seus assinantes no mundo todo os 10 episódios da primeira temporada da série sobre o surgimento do Cartel de Medellín e a ascensão do traficante colombiano Pablo Escobar (1949 - 1993), um dos criminosos mais poderosos da história.
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A dobradinha de sucesso dos dois filmes Tropa de Elite está de volta à frente de uma caprichada produção internacional e de um elenco multinacional de qualidade. E o que é melhor: o equilíbrio entre drama, ação e suspense, responsável pelo êxito de público e crítica dos longas com o Capitão Nascimento, está presente o tempo inteiro em Narcos.
Assista ao comentário de Roger Lerina:
- O mercado agora é internacional, que se abre também para nós, atores brasileiros. A gente tinha que falar em três línguas no set: espanhol, inglês e português. A orientação do Padilha foi a de sempre estar mais próximo da realidade possível, já que a série é baseada em fatos reais. É um assunto muito delicado, especialmente para os colombianos - explicou André Mattos em entrevista por telefone a Zero Hora.
O ator - que interpreta o traficante colombiano Jorge Luis Ochoa, atualmente em liberdade graças a um acordo com as autoridades americanas - integra a equipe brasileira de Narcos. O seriado inclui nomes ligados ao cinema nacional, como o diretor de fotografia Lula Buarque, o compositor Pedro Bromfman e o músico Rodrigo Amarante, autor e intérprete da música-tema, o bolero em espanhol Tuyo. Produtor executivo do programa, José Padilha dirige os dois primeiros episódios. Já Fernando Coimbra, realizador do filme O Lobo Atrás da Porta (2013), responde pelos capítulos oito e nove.
Wagner Moura estudou espanhol por cinco meses em uma universidade de Medellín para encarnar o bandido que trocou o contrabando pela produção e pelo tráfico de cocaína no começo da década de 1970, tornando-se um dos homens mais ricos do planeta ao comandar um império de cerca de US$ 30 bilhões. Durante sua preparação, o ator - que teve também que engordar 20 quilos para o papel - constatou como a figura de Escobar desperta sentimentos antagônicos entre os colombianos.
- Fui ao bairro Pablo Escobar, construído por ele. Pablo deu 2 mil casas aos pobres que viviam em um lixão. A primeira coisa que se vê lá é a foto dele em um muro e, ao lado, a imagem do Menino Jesus. Mas Pablo também inventou o narcoterrorismo. Ele chantageava o Estado metendo bombas na cidade. Então, as vítimas das bombas de Pablo na Colômbia são muitas. É por isso que ele é um personagem tão interessante, porque ele é amado ainda por muita gente e, claro, odiado - disse Moura a ZH.
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A história de Narcos é contada em retrospecto pelo personagem Steve Murphy (Boyd Holbrook, do filme Garota Exemplar), agente da polícia antidrogas dos Estados Unidos que se muda para a Colômbia a fim de combater o nascente tráfico internacional. Apesar dessa narração em inglês - que lembra os comentários do protagonista de Tropa de Elite -, a série é falada quase toda em espanhol. No encalço de Pablo Escobar e de seus asseclas, sócios e concorrentes na contravenção, Murphy é acompanhado de um policial de origem colombiana chamado Javier Peña - vivido pelo ator chileno Pedro Pascal, o Oberyn Martell de Game of Thrones.
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* Segundo Caderno