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O violinista alemão David Garrett é um dos casos curiosos de artista formado na tradição da música de concerto que decide trilhar um caminho no universo pop. Hoje, ostenta o status de uma verdadeira estrela. Sua trajetória é inusitada: aos 13 anos, assinou um contrato com o prestigiado selo Deutsche Grammophon, especializado em música clássica, pelo qual gravou obras de Mozart, Beethoven e Paganini. Virtuoso (2007) marcou uma guinada, com clássicos, composições próprias e Metallica. Seguiu-se Encore (2008), outro sucesso, que consolidou seu trabalho crossover, como é chamada a mistura de clássico e outros gêneros. Mas o violinista não deixou de gravar e tocar o repertório de concerto, como mostra Timeless (2014), com obras de Brahms e Bruch. Ele conversou com ZH por telefone, da Alemanha, em um intervalo da Classic Revolution Tour, que traz a Porto Alegre em show nesta terça-feira, às 21h, no Auditório Araújo Vianna.
7 coisas para fazer esta semana em Porto Alegre
DAVID GARRETT - CLASSIC REVOLUTION TOUR
Terça-feira, às 21h. Classificação: livre.
Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), em Porto Alegre.
Ingressos: R$ 260 (plateia alta central) e R$ 310 (plateia baixa lateral). Demais setores estão esgotados. Desconto de 25% para sócio e acompanhante do Clube do Assinante e 50% para idosos e estudantes.
À venda na bilheteria do Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), a partir das 14h, pelo site, pelo call center 4003-1212 e pela telentrega no telefone (51) 8401-0555).
Vendas de ingressos para o show de Caetano e Gil em Porto Alegre começam nesta terça-feira
Entrevista
Você pode adiantar como será o show em Porto Alegre?
Farei uma mistura de show crossover com concerto clássico. Obviamente, tocarei com minha banda. Então, haverá rocknroll, clássico, um pouco de pop, um pouco de electro. Será um programa divertido, com muita coisa nova que arranjei e comecei a tocar recentemente na turnê. Então, haverá muita coisa que não está sequer nos CDs.
Poderia citar alguns títulos?
Costumamos tocar músicas como Baila Me (Gypsy Kings), Born in the U.S.A. (Bruce Springsteen), Fuel (Metallica); Carmina Burana (Carl Orff), Livin' on a Prayer (Bon Jovi) e We Are the Champions (Queen). Paradise, do Coldplay, também é um número legal. Então, será um programa bastante misturado.
Haverá alguma surpresa para o público brasileiro?
Tento integrar algumas peças da cultura latino-americana, porque acho que cria uma melhor conexão com o público.
Você tem compositores brasileiros favoritos?
Toco um pouco de música brasileira, mas não sou um expert. Uma das minhas atividades preferidas é sair e experimentar um país quando estou lá. A única coisa é que não fui muito ao Brasil (risos). Estive aí uma vez por dois dias para tocar em um concerto clássico (em 2007, tocando o Concerto para Violino nº 1, de Prokofiev, com a Orquestra Petrobras Sinfônica, no Rio). Espero desta vez ter tempo suficiente para realmente experimentar e aprender. Muitos de seus admiradores são fanáticos, como os fãs das estrelas do rock. Como você se sente? Eu me sinto muito bem. No final, você está tentando criar uma noite legal. Então, se as pessoas aparecem, você fica muito feliz como artista. Quando você é musico, obviamente, o mais importante é entregar um produto de qualidade. Mas os fãs são uma grande inspiração e motivação para me manter sempre em movimento e criar a próxima grande coisa.
Como você vê a diferença entre o público da música clássica no sentido tradicional e o que vai a shows crossover?
Não vejo que os dois públicos sejam tão diferentes. Se você entregar um produto de qualidade na música clássica, o público pode ficar tão fanático quanto qualquer outro (risos). O que é muito óbvio é que há muitos jovens aparecendo nos meus shows, o que aprecio muito. Isso ocorre, em parte ou principalmente, porque comecei a tocar, também, shows crossover.
Você começou tocando o repertório clássico tradicional. Como decidiu percorrer uma trajetória no crossover?
É um caminho adicional. É preciso entender que ainda toco muitos concertos clássicos. Lancei um disco clássico com obras de Brahms e Bruch. Para mim, é importante estar nos dois mundos simultaneamente. A coisa crossover era para atrair jovens, explicar a música para plateias jovens. Não é uma mudança na minha carreira, mas uma soma.
Está preparando algum novo disco?
Sim, devo lançar algo em outubro. O próximo álbum será de crossover, mas principalmente com músicas originais escritas por mim. Estou muito empolgado para ver se os fãs vão gostar ou não.