Promessa cumprida da nova MPB, Maria Gadú chega ao terceiro disco experimentando. Sem deixar de lado a batida do violão, mas apostando em novas sonoridades, a cantora vem a Porto Alegre na noite desta quinta-feira para apresentar o recém-lançado Guelã acompanhada de banda.
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Diferentemente dos hits noveleiros que a colocaram em evidência entre os anos de 2009 e 2011 - como Shimbalaiê, Em Paz e Oração ao Tempo -, as canções de Guelã tendem ao experimentalismo. Seus timbres são mais sombrios, e a atmosfera, mais intimista. A explicação da cantora é simples: liberdade.
- Este disco foi cozinhado em fogo baixo, com calma, ao longo de dois anos - explica Maria. - Fiz todas as músicas sozinha, em casa, e só depois fui para o estúdio registrá-las. Nada dele (o disco) é ao acaso, cada timbre de guitarra foi muito bem pensado.
Tanto carinho e dedicação serão mostrados na íntegra no palco do Opinião. Dos seus discos anteriores, só serão pinçadas músicas que tenham alguma relação com Guelã - portanto, nada dos sucessos solares feitos sob medida para rodinhas de violão.
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- Não faria sentido fazer de outra forma, né? Ao invés das músicas que tocaram bastante, pegamos canções que nunca foram feitas ao vivo. Mas não vou adiantar quais são, porque metade da graça de ir ao show é ter essa experiência sensorial de encontrar o que não se espera - filosofa Maria, sempre rindo.
Produzido pela cantora, Guelã apresenta uma estrutura circular (respectivamente abertura e encerramento, Suspiro e Aquária são irmãs gêmeas) e interessante veia indie, especialmente nas guitarras de Semi-Voz e Tecnopapiro e na eletronice dançante de Ela. Mais adiante, flerta com o ambient em Sakédu e com o pós-punk em Há. Liberdade, como ela gosta de ressaltar.
Curiosamente, a única faixa não composta pela cantora foi a primeira a ser escolhida para o disco: Trovoa, do carioca Maurício Pereira, crônica vertiginosa de um amor maduro.
- Quando a conheci, me apaixonei por ela e decidi que estaria no meu próximo disco, fosse ele qual fosse. É coloquial, trivial, mas tão profunda. Me cheira a arte - define Maria.
Guelã, de Maria Gadú - MPB/pop, Slap, 10 faixas, 24,90. Cotação: 3 de 5 estrelas.
Show com Maria Gadú: Nesta quinta-feira, às 22h. Classificação: 16 anos. Opinião (José do Patrocínio, 834). Abertura da casa: 20h30min. O show: a cantora apresentará as canções de seu novo disco, Guelã, e músicas de seus trabalhos anteriores. Ingressos: R$ 140 (inteira), R$ 80 (lote promocional) e R$ 70 (meia-entrada). Sócios do Clube do Assinante têm 50% de desconto nos primeiros cem ingressos e 20% para sócio e acompanhante nos demais (válido apenas para compras nas lojas Youcom). Ponto de venda sem taxa de conveniência: loja Youcom do Bourbon Wallig. Pontos de venda com taxa de conveniência: lojas Youcom dos shopping Praia de Belas, Bourbon Ipiranga e Barra Shopping Sul e lojas Multisom do Centro de Porto Alegre (Andradas, 1.001), Multisom Andradas 1.001, Canoas Shopping, Bourbon Novo Hamburgo e Bourbon São Leopoldo e pelo site minhaentrada.com.br.