A artista Ana Aita tem um desafio duplo. Ela é a nova diretora de duas importantes instituições do Estado voltadas às artes: o Museu de Arte Contemporânea (MACRS) e o Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi). Porto-alegrense com formação em Psicologia, Ana foi diretora da Associação dos Escultores do RS. Em sua carreira, a artista já participou de diversas exposições - em 2008, mostrou sua produção aos franceses, na galeria François Mansart, em Paris. Na entrevista a seguir, comenta seus planos para as duas instituições.
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Qual é o papel que o MACRS deve exercer no cenário cultural do Estado?
O MAC, por ser o nosso museu de arte contemporânea, tem o papel de democratizar seu acervo e seus espaços expositivos, tornando-os acessíveis à comunidade e oportunizando diferentes leituras e questionamentos.
E o Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi)?
O IEAVi deve incentivar a produção das artes visuais no Estado, além de promover o intercâmbio da arte contemporânea entre artistas e curadores do Brasil e da América Latina. Além disso, o Prêmio IEAVi, que está na 4ª edição, oportuniza, por meio de edital público, a participação de artistas de forma abrangente para a ocupação da Galeria Augusto Meyer, do Espaço Maurício Rosemblat e da Fotogaleria Virgílio Calegari, sediadas na Casa de Cultura Mario Quintana. O CDE, que é o Centro de Desenvolvimento da Expressão dirigido pelo IEAVi, localizado até agora na Avenida Ipiranga, está renascendo dentro da Casa de Cultura e tem como objetivo oportunizar a crianças, adolescentes e adultos expressarem-se por meio da arte em ambientes adequados, orientados por arte-educadores que estimulam o exercício sistemático do fazer criador em oficinas de atividades múltiplas.
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Qual será a marca de sua gestão nas duas instituições?
Minha gestão terá o perfil da criatividade, da transparência e das parcerias. Quero que a comunidade toda possa acompanhar e interagir com o desenvolvimento de cada uma das ações que teremos, bem como ter conhecimento do acervo do museu.
Qual será o perfil da programação de exposições do MACRS do IEAVi?
Os programas expositivos contemplarão o ineditismo e a diversidade contemporânea. No MACRS, manteremos as exposições agendadas pela gestão anterior. No IEAVi, daremos continuidade às exposições da 4ª edição do prêmio, bem como uma convocatória pública para a ocupação de uma das salas expositivas.
Que tipo de interlocução o MACRS terá com o Margs e com a 10ª Bienal do Mercosul, ainda neste ano?
De agosto a dezembro, estaremos com a Bienal do Mercosul fazendo a ocupação de nossos espaços expositivos. Em maio, uma parceria entre a Secretaria da Cultura do Estado compreendendo o MAC, o Margs, o Memorial do Rio Grande do Sul e o Goethe Institute trará uma grande exposição de arte contemporânea para Porto Alegre.
Como será trabalhado o acervo de obras de arte do MACRS?
O acervo do MAC cresceu bastante nos últimos anos. Deveremos criar diferentes exposições com temáticas distintas para que possamos mostrá-lo ao grande público convidando também artistas. Doações de trabalhos de artistas renomados serão bem-vindas e aquisições neste momento não serão priorizadas, uma vez que o nosso espaço para o acervo é reduzido.
O corte de recursos do governo do Estado afetará as atividades do MACRS e do IEAVi?
O corte de certa forma afetará as instituições. No entanto, ao convidar-me para assumir a direção das mesmas, o secretário Victor Hugo deixou claro que a tônica da nossa gestão será a criatividade e o dinamismo para a concretização das nossas ações. A comunidade está convidada a colaborar com essa nossa cultura que buscamos.
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