A Cinemateca Capitólio, que será inaugurada nesta sexta-feira, será mais do que uma simples sala de cinema. Vai ser, isso sim, o local de guarda e preservação do audiovisual gaúcho.
Após mais de 10 anos de obras, Capitólio será inaugurado sexta
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- Estamos em contato com as pessoas, avisando que ninguém vai perder o direito sobre nenhum filme deixando-o na cinemateca. Mas é aqui, no Capitólio, que os filmes terão a guarda adequada - diz Marcus Mello, coordenador de cinema da prefeitura da Capital, cogestora do espaço com a Fundação Cinema RS (Fundacine).
Os cinéfilos e curiosos em geral terão acesso a uma biblioteca, cursos de cinema e outras atividades no prédio da esquina da Borges de Medeiros com a Demétrio Ribeiro. Mas o que de fato encanta no projeto é a recuperação de uma das mais imponentes salas de cinema que o Rio Grande do Sul já teve.
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A partir desta sexta, ela estará em operação, possibilitando ao público a experiência de assistir a filmes revivendo o clima das velhas salas de calçada. Mas que filmes?
- Vamos programar títulos de autor, mas com apelo mais pop, na comparação com o que passa na Sala P.F. Gastal (a outra sala mantida pelo município, na Usina do Gasômetro) - adianta Marcus Mello. - O surgimento de uma nova geração de cinéfilos nos últimos anos, em projetos como as sessões Plataforma e Aurora, nos mostrou que é possível manter as duas salas com bons públicos e perfis levemente diferentes.
Veja slider comparando o prédio antes e depois:
A programação
A Cinemateca Capitólio apresenta nesta sexta-feira dois filmes gaúchos: o curta O Início do Fim (2005), de Gustavo Spolidoro, e o histórico longa Vento Norte (1951), de Salomão Scliar.
No fim de semana, serão exibidos três clássicos dos anos 1960: A Doce Vida, de Fellini (às 16h de sábado), Alphaville, de Godard (às 19h de sábado), e O Leopardo, de Lucchino Visconti (às 16h de domingo).
A sessão de Alphaville será seguida de debate com Enéas de Souza, Hélio Nascimento e Hiron "Goida" Goidanich, integrantes da primeira geração da crítica moderna de cinema do Rio Grande do Sul, surgida nos anos 1960. A mediação será de Fatimarlei Lunardelli, autora do livro sobre a crítica local sessentista.
Todas as sessões do fim de semana de inauguração terão entrada franca.
A partir de terça-feira (a sala vai operar com três sessões diárias entre terça e domingo), os ingressos terão o preço de R$ 10. Os longas da primeira semana são as animações gaúchas recentes Até que a Sbórnia nos Separe e As Aventuras do Avião Vermelho, ambas de 2014, além do aclamado Era uma Vez na Anatólia (2011), do turco Nuri Bilge Ceilan, inédito no circuito da Capital.