Uma das minhas primeiras lembranças do Capitólio não poderia ser mais clássica. Numa quarta-feira à noite, lá pelos idos de 1940, meu pai levou eu e meu irmão para assistirmos a No Tempo das Diligências, de John Ford. Que estreia, que emoção!
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O Capitólio, naquela época, fazia o que chamávamos de "Segunda Linha". Muitas vezes os filmes saíam do Cinema Vera Cruz (que depois mudaria o nome para Vitória) e ganhavam mais alguns dias no Centro da Capital - lá no Capitólio.
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É claro que só fui saber quem era John Ford pelo menos 12 anos depois, lendo as colunas de P.F. Gastal, mas aquela sessão no Capitólio jamais me saiu da memória.
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Pouca gente lembra que, em 1969, o Capitólio passou a se chamar Première, até porque logo depois voltou ao nome original. A reinauguração, àquela época, não poderia ter sido melhor: uma sessão de Hamlet, de Laurence Olivier, a melhor versão cinematográfica que já tivemos até hoje da peça de Shakespeare.
*Goida é jornalista, pesquisador e crítico cinematográfico