Vem aí em 2015: Antonio Fagundes, Glória Menezes e outras estreias nos palcos gaúchos

Confira espetáculos de teatro e dança nacionais e locais que devem passar pela Capital neste ano.

Vem aí em 2015 na televisão
Vem aí em 2015 nos shows
Vem aí em 2015 nos festivais
Vem aí em 2015 no cinema
Vem aí em 2015 de discos
Vem aí em 2015 na literatura
Vem aí em 2015 nas artes visuais

Antonio Fagundes e filho voltam à Capital
Depois de contracenarem juntos na peça Vermelho, apresentada em Porto Alegre em 2012, Antonio Fagundes retorna com o filho Bruno ao Theatro São Pedro, acompanhados de outros atores, de 28 a 31 de maio, com a comédia Tribos, dirigida por Ulysses Cruz. Escrito pela dramaturga inglesa Nina Raine, o premiado texto mostra a história de um rapaz surdo que tem de lidar com a família politicamente incorreta e se apaixona por uma garota que começa a ensurdecer com o tempo. A falta de audição, na peça, é também uma metáfora sobre as relações pessoais.

Glória Menezes celebra 80 anos
A estrela gaúcha Glória Menezes retorna ao Theatro São Pedro, em outubro, com  a peça Ensina-me a Viver. Em 2008, ela já havia apresentado essa adaptação para o teatro do filme de 1971 do diretor Hal Ashby, exibido no Brasil com o mesmo título. É o relato do encontro entre o jovem Harold (papel de Arlindo Lopes) e Maude (vivida por Glória), uma senhora de 79 anos cuja alegria de viver contrasta com os pensamentos frequentes do garoto sobre a morte. A produção celebra os 80 anos de nascimento de Glória, completados em 19 de outubro de 2014.

Büchner encontra Asmussen
O diretor Luciano Alabarse estreará em 13 de junho (dia do seu aniversário), no Theatro São Pedro, o trabalho Crime Woyzeck, com um roteiro que combina cenas de duas peças. Uma delas é Woyzeck, clássico de Georg Büchner (1813 - 1837) sobre um ex-soldado condenado pelo assassinato da amante. A outra é Crime, do dramaturgo Peter Asmussen, que mora na Dinamarca e colaborou com Lars von Trier no roteiro do filme Ondas do Destino (1996). Seu texto é composto por diferentes cenas, sem ligação aparente entre si, sempre envolvendo crimes. Se ninguém correr na frente, será a primeira montagem de Asmussen no Brasil - ele já foi encenado e publicado em Portugal.

Karl Valentin e Pasolini
O diretor Zé Adão Barbosa tem dois projetos para 2015. No primeiro semestre, planeja encenar a peça Por que os Teatros Estão Vazios, com textos do comediante alemão Karl Valentin (1882 - 1948), que influenciou a primeira fase de Brecht. No segundo semestre, Zé Adão vai dirigir novamente João Carlos Castanha (em 2014, eles trabalharam juntos em Até o Fim), que vai viver o cineasta italiano Pier Paolo Pasolini em uma peça sobre seu assassinato, baseada no livro Pela Mão do Anjo, de Dominique Fernandez.

Passado e presente
Com sua Cia. Ânima, a coreógrafa Eva Schul planeja para 2015 uma nova versão do espetáculo Na Quina do Tempo (2006), que tratava de uma visão feminina sobre o envelhecimento, tendo como fonte a obra de Cecília Meireles. Mais do que o envelhecimento, o tema era a maturação da mulher. Outro projeto de Eva é a estreia de Acuados, que já teve ensaios abertos em 2014. O trabalho tem como tema relações interpressoais abusivas. A ideia é montar um espetáculo a cada semestre - Eva ainda não decidiu qual dos dois virá primeiro.

Que corpo brasileiro é esse?
As biografias de Carmen Miranda e da dançarina e cantora americana naturalizada francesa Josephine Baker serão o ponto de partida do espetáculo de dança Taí, que a coreógrafa Carlota Albuquerque deseja estrear no final de maio com a Cia Terpsí. O título faz menção à famosa marchinha de Joubert de Carvalho que fez sucesso na voz de Carmen ("Taí / Eu fiz tudo pra você gostar de mim"). O objetivo de Carlota é interrogar as imagens que se tem do corpo dos brasileiros. A motivação foi uma observação de um crítico que certa vez disse a Carlota que sua obra era "muito europeia".

No teatro e na rua
A diretora Patrícia Fagundes deve estrear, em abril, o espetáculo de dança na rua Feito Criança (voltado para adultos). Partindo da observação de sua filha, Carmen (hoje com um ano e oito meses), Patrícia se interessou pelos movimentos espontâneos produzidos antes do condicionamento social. No segundo semestre, deseja estrear a peça Caóticas, baseada nas teorias científicas do caos entendidas como forma de pensar a vida. O espetáculo encerra a Trilogia Festiva da Cia. Rústica, que inclui Clube do Fracasso (2010) e Natalício Cavalo (2013).

Criação colaborativa
A coreógrafa Jussara Miranda, da Cia. Muovere, tem um projeto de dança e tecnologia para 2015 em parceria com Diego Mac. Primeiro, será criado um site por meio do qual artistas de dança de qualquer lugar poderão enviar um vídeo de cerca de um minuto - filmado até mesmo com celular - baseado em motes presentes nos 25 anos da companhia. A ideia é democratizar o processo de criação. Os vídeos estarão disponíveis no site e servirão de referência para um novo espetáculo, que terá uma versão para palco e para rua. Ainda não há previsão de estreia.