Coadjuvante na turma de bichos que deixa o zoológico de Nova York para viver aventuras pelo mundo, o quarteto de pinguins da franquia de animação Madagascar ganhou seu próprio filme. Nos três longas lançados entre 2005 e 2012, as aves espertas e boas de briga conquistaram admiradores com seu humor anárquico e literalmente explosivo, ingredientes que são ressaltados nesta primeira missão solo.
Os Pinguins de Madagascar entra em cartaz na próxima quinta-feira, mas já pode ser conferido no circuito em sessões de pré-estreia com cópias 3D. A aposta da DreamWorks nos enfezados penosos segue um caminho recorrente em Hollywood. Do mesmo estúdio, a franquia Shrek já rendeu um longa para o personagem Gato de Botas. Por sua vez, o sucesso dos dois Meu Malvado Favorito, da Universal, aqueceu a expectativa para Minions, que estreia em junho, estrelado pelos adoráveis assistentes do vilão regenerado.
Capitão, Kowalski, Rico e Recruta cumprem em Os Pinguins de Madagascar a missão de enfrentar a sanha vingativa do polvo Octavius. Ocorre que este arquétipo de gênio do crime que deseja dominar o mundo culpa os pinguins de terem, com sua "fofura excessiva", provocado sua desgraça no aquário do zoo nova-iorquino. O facínora tentacular planeja transformar todas as simpáticas aves do mundo em repugnantes zumbis - depois, avisa, será a vez dos insuportavelmente populares gatinhos.
Os diretores Eric Darnell e Simon J. Smith se empenham para dar fôlego à aventura, que por vezes patina nos clichês de filmes de espionagens, nas situações repetitivas de perseguições, prisões e fugas espetaculares e nas tradicionais mensagens edificantes sobre solidariedade e respeito às diferenças. E o time de agentes secretos da Força do Norte, integrado por uma raposa, um urso polar, uma foca e uma coruja que também estão no encalço de Octavius, não é dos mais carismáticos. Não fazem sombra para os protagonistas.
Os melhores momentos de Os Pinguins de Madagascar são garantidos pelos próprios. Já no pequeno prólogo que os mostra, 10 anos antes, como garotos inconformados com a vida tediosa na Antártica, brotam diálogos de humor cortante em sequências que destacam a convivência fraternalmente belicosa do grupo - que por vezes lembra a graça insana e politicamente incorreta de Os Três Patetas e dos Irmãos Marx.
As cópias da animação no Brasil são dubladas por vozes como a do humorista Gregório Duvivier.