Conhecer seu público consumidor e estabelecer linhas de comunicação com ele são diretrizes prioritárias para qualquer empresa - não é preciso ser um Nizan Guanaes para saber isso. Nas últimas semanas, a Nintendo e a Riot Games ofereceram exemplos opostos de como tocam essa questão.
Alegando a alta carga tributária brasileira, a Nintendo encerrou suas atividades por aqui. Mas quais atividades? O máximo que a gigante japonesa criadora do Mario fez, nos últimos muitos anos, foi traduzir embalagens de jogos e consoles por meio de uma subsidiária, a Gaming do Brasil.
Nunca houve, por parte da Nintendo, uma preocupação legítima de se estabelecer no Brasil. Suas lojas online, por exemplo, não funcionam aqui, só por meio de contas piratas. Seus jogos nunca receberam localizações nacionais. E alguns produtos, como o Amiibo, sequer têm data para chegar aqui. Resumindo: a Nintendo age como se fabricasse cartas de baralho em 1889.
Situação contrária à da Riot Games, criadora do League of Legends, um dos maiores títulos de eSport do mundo. Na semana passada, a empresa anunciou ainda mais investimentos em território nacional, onde praticamente não tem concorrência: um estúdio de transmissão próprio e etapas presenciais em três capitais - sendo uma delas a final do Campeonato Brasileiro, no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, em São Paulo.
Durante a coletiva em que se anunciaram as novidades, nenhum representante da Riot Games (uma nanica perto da Nintendo) reclamou dos impostos brasileiros - que certamente devem dificultar a vida da empresa, mas não a ponto de fazê-la ignorar um mercado com o potencial do nosso. Pelo contrário: o objetivo é ficar cada vez mais próximo do consumidor local, ouvindo suas demandas e entregando o melhor produto possível.
Adivinha quem vai se dar melhor nessa?
Jogatina Tech
Gustavo Brigatti: menos Mario, mais Jinx
Enquanto a Nintendo encerra suas atividades no país, a Riot Games anuncia mais investimentos no mercado nacional, buscando se aproximar dos consumidores locais
Gustavo Brigatti
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: