Um desagradável festim de imundície. Assim o jornal inglês Daily Mail definiu, há 20 anos, a estreia de Blasted, primeira peça da dramaturga e enfant terrible Sarah Kane, que incluía cenas de estupro, mutilação e canibalismo.
Mas em pouco tempo Sarah viu a crítica virar a favor. Seu talento foi fartamente reconhecido nos curtos quatro anos que se passaram entre a estreia de Blasted e seu suicídio em 1999, aos 28 anos, enforcada com um cadarço de sapato no banheiro de um hospital. Por trás da brutalidade temática e da inovação formal que a afirmavam como uma renovação na dramaturgia, estava uma obra de forte carga emocional que versava, acima de tudo, sobre a pureza do amor. Queria que o teatro fosse uma performance tão visceral quanto uma partida de futebol (ela era torcedora do Manchester United).
(Des)esperança
Companhia Teatrofídico apresenta peça baseada em Sarah Kane
"Cadarço de Sapato ou Ninguém Está Acima da Redenção" estreia nesta terça-feira na programação do Porto Verão Alegre
Fábio Prikladnicki
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