Pela primeira vez no Brasil, o duo britânico AlunaGeorge se apresenta neste sábado, 17, no Meca Festival, em Maquiné. Juntamente com La Roux e a banda Citizens!, a dupla é uma das principais atrações do festival, que também passa por Rio de Janeiro e São Paulo.
A parceria da cantora Aluna Francis e do guitarrista George Reid é antiga (os dois produzem música juntos desde 2009), mas eles chegam como uma das novidades do evento. Para conhecer um pouco mais sobre os autores de Your Drums, Your Love e White Noise, hits nas rádios do Reino Unido, o Kzuka conversou com George sobre a parceria com Alana e suas principais influências.
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O que você conhece da música brasileira e quais são as suas principais influências?
Eu tenho um amigo que é meu correspondente musical brasileiro. Ele me apresentou à música de Tom Zé e Walter Smetak. Ambos foram completamente novos aos meus ouvidos e geniais na mesma medida. Tiro muita coisa de Motown e música soul, porque foi isso que eu cresci ouvindo em casa. Além de ser incrivelmente popular, é um estilo musical que foi evoluindo constantemente, mantendo sua pegada pop. Mas, acima de tudo, música ótima me empolga a fazer música.
AlunaGeorge é uma dupla muito popular no Reino Unido. Como está o reconhecimento em outros países?
Varia de país para país. Dá para ter uma ideia monitorando de onde são nossos seguidores nas redes sociais e de onde vem a maioria das pessoas que escuta nossa música no SoundCloud. Mas isso não é nada até que você vá ao país e veja quantas pessoas vêm ao seu show. Ainda é surpreendente como a nossa música viajou e onde chegou, considerando que foi uma ideia que surgiu no meu quarto.
A música eletrônica parece estar em um crescimento constante. O sucesso ajuda ou atrapalha?
Acho que ajuda mais que atrapalha. Assim como a música pop com base de violão, a eletrônica é um gênero muito amplo e diverso. E acho que é o gênero com que cada vez mais pessoas estão aprendendo a trabalhar, o que significa mais música boa, mas também, em consequência, mais música ruim. E isso é inspirador. A única coisa ruim disso é que, com o desenvolvimento da tecnologia, muita música parece descartável pelo fato de sempre haver algo novo para se ouvir uma hora depois na internet. Isso leva a você não curtir e viver uma canção como antigamente, que é o que torna a música realmente especial.
O som de vocês é marcante e bem diferente. Como chegaram a esse conceito?
Foi algo natural, nunca houve uma consciência de criar um conceito, era só eu e Aluna fazendo música. Pode haver várias ideias por trás de algumas músicas específicas, mas em geral nós só queremos curtir a música que fazemos e criar algo único aos nossos ouvidos.
E o processo criativo? Conseguem criar coisa nova o tempo todo?
O processo criativo é algo colaborativo entre nós dois. Um começa de algum ponto, por exemplo, eu crio a batida e alguns acordes, ou então apenas um som. Vou trabalhando nisso, e a Aluna vai na onda, ou então ela tem uma ideia de melodia, de onde começamos. Então, nós vamos pensando como a canção deve se desenvolver. Quando arranjamos tempo para ficar no nosso estúdio, a maior parte é para criar música nova. O processo é geralmente bem rápido, então gostamos de seguir para uma próxima ideia e depois revisitá-las algumas semanas depois para encontrar o tom certo da música.
Quando você e Aluna perceberam que deveriam trabalhar juntos?
Depois de duas ou três horas da nossa primeira session juntos, estávamos nos divertindo e colaborando com novas ideias, foi natural. O que nós criamos nas nossas primeiras sessões, embora tivesse arestas a serem aparadas, era muito bom e nós dois sabíamos disso. Isso e o fato de nós dois sermos grandes fãs da banda Radiohead, que também foi um grande sinal.
Até que ponto os admiradores da música eletrônica são realmente fãs da música de vocês e não estão lá só para curtir as festas?
A galera está na festa por causa da nossa música, ou está ouvindo o nosso som porque está na festa. Então, o importante é se divertir e curtir.
Há algo que te entristeça se tratando de música?
Fazer música ruim nunca é legal. Mas até isso tem o seu lado bom, porque faz com o sentimento seja ainda melhor quando se acerta em cheio.
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