Para quem está derretendo na fornalha que virou Porto Alegre, chega a ser refrescante ver uma garota capaz de fazer nevar com um simples gesto em Frozen - Uma Aventura Congelante. O desenho que estreia hoje diferencia-se dos outros títulos com princesas da Disney ao narrar uma história protagonizada por duas heroínas.
Baseado no conto A Rainha da Neve, do dinamarquês Hans Christian Andersen (1805 - 1875), Frozen é ambientado no fictício reino de Arendelle - cujos cenários de castelos, montanhas e fiordes foram inspirados na Noruega, da mesma forma que os trajes e hábitos dos personagens. Esse idílico país nórdico é governado por um benevolente casal real que possui duas meninas: as princesas Elsa e Anna. Companheiras de brincadeiras, as manas acabam se distanciando quando Elsa, a mais velha, quase mata acidentalmente a caçula tentado protegê-la com sua mágica gelada. Temendo causar mais mal com esse dom que não consegue controlar totalmente, Elsa afasta-se do mundo exterior - para tristeza de Anna.
Com a morte dos pais em um naufrágio e a posterior chegada à maioridade, Elsa enfim volta ao convívio social ao ser consagrada rainha. Mas, na noite da coroação, uma discussão com Anna leva Elsa a utilizar seu poder adormecido, assustando a corte e os habitantes do reino - que mergulha em um rigoroso inverno por conta desta explosão de mágica. A jovem rainha foge de Arendelle, refugiando-se no alto de uma montanha e construindo para si um castelo com seu toque de Midas gelado. A obstinada e destemida Anna parte, então, em busca da irmã, auxiliada pelo rústico jovem montanhês Kristoff e sua leal rena Sven, além de um boneco de neve falante e abilolado chamado Olaf (dublado na versão em português pelo comediante Fábio Porchat).
Frozen tem direção e roteiro de Chris Buck e Jennifer Lee, dupla que já trabalhou em outras animações da Disney. Apesar de ser exibido em cópias 3D, o filme alinha-se mais com o visual clássico dos desenhos convencionais do que com os malabarismos tecnológicos atuais. Frozen retoma inclusive o tradicional recurso dos filmes de princesas em que canções ajudam a definir os personagens e as situações apresentadas na trama - a trilha sonora de Robert Lopez, Kristen Anderson-Lopez e Christophe Beck, porém, não chega a empolgar e é apenas eficiente. No entanto, do ponto de vista narrativo, Frozen inova o gênero dividindo o foco dramático com duas princesas e tentando capturar a atenção também dos meninos ao enfatizar a figura do aventureiro Kristoff - além de propor uma inesperada reviravolta quase ao final da história que é um tanto incomum nesse tipo de projeto.
A exibição de Frozen é precedida de Hora de Viajar, divertido curta-metragem que mostra Mickey Mouse, Minnie e seus amigos enfrentando o vilão Bafo de Onça - e que brinca com a evolução da animação, misturando desenhos de traços simplificados como nos filmes do final dos anos 1920 com sofisticados efeitos em terceira dimensão. Uma curiosidade é que Mickey foi dublado por Walt Disney (1901 - 1966), a partir de gravações antigas da voz do produtor.
Princesa invernal
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Novo desenho da Disney se passa em um reino gelado
Roger Lerina
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