Quase tudo que leio e assisto sobre urbanismo - precisamos repensar a cidade, devemos priorizar transporte público e bicicletas, o modelo vigente está fadado ao fracasso etc - tem como foco os Estados Unidos. Lógico. As cidades europeias, muito mais antigas, estão mais ou menos organizadas em uma escala humana: serviços e moradias misturados e concentrados em uma área menor, pessoas andando, sentando em cafés ao ar livre, usando um sistema eficiente de ônibus ou metrô. Enquanto isso, na América do Norte, o carro (enorme) é seu melhor amigo, e a ilusão da vida tranquila e da família feliz começa com uma casa no subúrbio. Troque subúrbio por condomínio fechado, e nós poderíamos estar falando do Brasil.
Coluna
Carol Bensimon: Versão brasileira
Eu, que cresci em uma grande capital brasileira achando que minha liberdade era uma meia liberdade exclusivamente por culpa da violência urbana, começo a ter sérias dúvidas