Uma das óperas mais festejadas de todos os tempos, última legada pelo compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, A Flauta Mágica será apresentada em Porto Alegre neste sábado e domingo em versão enxuta.
A montagem da Orquestra Unisinos Anchieta, embora mais curta do que a versão original, de aproximadamente três horas e meia, preserva a grandiosidade típica deste tipo de espetáculo: cerca de 70 pessoas envolvidas na produção, além de figurinos e cenários caprichados.
Para reduzir a extensa duração da obra para cerca de uma hora e 50 minutos, os chamados recitativos (falas cantadas) foram substituídos por uma narração mais sucinta, e alguns trechos foram suprimidos. Mas a estrutura principal da ópera concluída por Mozart (1756 - 1791) poucos meses antes de morrer estará preservada no palco do Theatro São Pedro.
- É uma ópera completa, encenada, com orquestra, um cenário muito bonito, figurinos. Só foi um pouco abreviada. Mas a concepção, a história, o enredo, tudo foi mantido - explica o diretor-geral e maestro Evandro Matté.
A Flauta Mágica foi composta quando o gênio austríaco, já debilitado, também enfrentava dificuldades financeiras. Em lugar das sofisticadas casas de ópera da época, a obra foi criada para um teatro suburbano de Viena, onde estreou em 1791. Apesar de todas as dificuldades, a história de um jovem que enfrenta uma série de desafios no antigo Egito para merecer o coração de sua amada alcançou grande sucesso de audiência e crítica, inspirando desde montagens voltadas para o público infantil até uma versão em filme produzida nos anos 1970 pelo cineasta sueco Ingmar Bergman (1918 - 2007).
A montagem gaúcha exigiu um grande esforço do time de músicos, que inclui uma orquestra com mais de 20 instrumentistas, o Coral Porto Alegre e 10 cantores convidados.
- As peças de Mozart são delicadas e transparentes, em que os solos estão sempre presentes de forma muito nítida. Isso exige um grande preparo para haver uma execução adequada. Nos últimos 20 dias, a orquestra vem se preparando diariamente. É exaustivo, mas prazeroso quando fica pronto - observa Matté.
A direção cênica, sob responsabilidade de Malu Gurgel, optou por uma concepção mais sóbria. Figura de destaque no cenário nacional, Malu costuma atuar nos teatros Municipal de São Paulo, Amazonas e Palácio das Artes, em Minas Gerais, e já trabalhou com diretores como o italiano Franco Zeffirelli.
- Tentei fazer uma coisa mais clean, porque não queria influenciar muito como as pessoas vão interpretar a obra. Gostaria que as pessoas viessem livres de conceitos prévios sobre o que vão assistir - sustenta Malu.
As apresentações são uma realização da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e do Colégio Anchieta.
SERVIÇO
A Flauta Mágica
Sábado, às 21h, e domingo às 18h.
Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº, Porto Alegre).
O espetáculo: com direção de Evandro Matté, A Flauta Mágica conta com coro, cantores convidados, figurinos e um cenário assinado por Malu Gurgel. A ópera narra a história de um casal no Egito antigo que escapa de artimanhas impostas pela Rainha da Noite para selar o seu amor.
Ingressos: de R$ 20 a R$ 60, à venda na bilheteria do Theatro São Pedro. Desconto de 50% para sócio do Clube do Assinante. Estudantes e associados do teatro têm 50% de desconto. Entradas disponíveis também pelo www.compreingressos.com.