O cineasta sul-americano mais bem-sucedido do mundo resolveu colocar seu talento a serviço do esporte mais amado no continente: o futebol.
Estreia do diretor argentino Juan José Campanella na animação, Um Time Show de Bola espera repetir no Brasil o êxito alcançado na terra do diretor de O Filho da Noiva (2001).
Na Argentina, o desenho do vencedor do Oscar de filme estrangeiro por O Segredo dos Seus Olhos (2009) vendeu mais de 2,1 milhões de ingressos. A aposta é que no Brasil o filme que entra em cartaz nesta sexta-feira também faça bonito: Um Time Show de Bola chega ao país com mais de 500 cópias, em versões em 3D e convencionais. O projeto de levar às telas uma animação computadorizada de qualidade técnica mobilizou durante muito tempo o realizador - quando veio receber, em 2012, o Kikito de Cristal no Festival de Gramado, Juan José Campanella contou que já trabalhava havia dois anos na produção deste longa.
- Se soubesse o trabalho que dá para fazer uma animação, não faria. Não tenho férias, não tenho feriado, não tenho vida - queixou-se.
Em tom de fábula, Um Time Show de Bola acompanha a trajetória de Amadeo, guri de uma cidadezinha fissurado em pebolim. Anos depois de derrotar no totó o valentão do pedaço, o jovem franzino acaba enfrentando a vingança de Colosso - agora uma estrela do futebol que desafia Amadeo para um jogo de verdade no gramado, no qual está em disputa tanto o futuro da provinciana comunidade quanto o coração da bela Laura, paixão de infância do protagonista. Tanto tempo dedicado à mesa de Fla-Flu no boteco acaba sendo recompensado: os jogadores de metal do pebolim ganham vida e se unem para ajudar Amadeo a vencer o rival - em qualquer que seja o campo escolhido.
O time de craques em miniatura inclui o egocêntrico Beto, o esotérico Louco (que lembra o boleiro colombiano Carlos Valderrama) e o carismático líder Capi. Apesar das boas piadas a respeito do mundo do futebol, Um Time Show de Bola joga pelo empate: a animação não consegue ser mais do que uma versão em segunda mão da animação hollywoodiana Toy Story. Curiosamente, porém, falta ao desenho argentino o diferencial que caracteriza tanto as competentes produções do estúdio Pixar quanto os ótimos filmes de Campanella protagonizados por atores de carne e osso: um roteiro inteligente e inovador.
UM TIME SHOW DE BOLA
De Juan José Campanella.
Animação, Argentina/Espanha, 2013.
Duração: 103 minutos. Classificação: livre.
Estreia sexta no circuito, em cópias 3D e convencionais.