SOLO DE CLARINETA
No primeiro volume de suas memórias, Erico narra da infância em Cruz Alta ao fim de sua estada nos Estados Unidos, nos anos 1950. No segundo livro, póstumo, organizado com base no material que Erico já havia produzido, o autor fala de amigos e relata uma viagem a Portugal.
Planos para a obra-prima
Outros documentos da trilogia O Tempo e o Vento integram o Memorial Erico Verissimo. Entre eles, uma lista das características geográficas do Rio Grande do Sul, tratando dos campos e das coxilhas e também do vento minuano, e o desenho a lápis do que poderia ser a capa do romance, cujo título seria Jornada e teria a imagem de um sobrado.Também se destacam originais que tratam da personagem Ana Terra. Neles é possível ler:
- "Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando", costumava dizer Ana Terra.
O TEMPO E O VENTO
O ciclo foi o projeto mais ambicioso realizado por Erico _ uma saga romanesca que abarca 200 anos do passado histórico rio-grandense, desde as missões jesuíticas até os anos finais do Estado Novo. Erico estabeleceu um cânone para o romance histórico no Estado, com sua família fictícia Terra Cambará sofrendo as consequências não apenas da história do Rio Grande do Sul, mas de todo o panorama histórico brasileiro e mundial.
Fragmentos de O Tempo e o Vento
O disco de vinil Erico Verissimo - Fragmentos de O Tempo e o Vento está entre as preciosidades do Memorial por ser um dos raros registros de Erico lendo trechos de sua obra magistral.
Em vídeo, conheça o Memorial:
Extensa coletânea de originais, manuscritos, desenhos, mapas, vídeos, filmes, fotos e fortuna crítica integra o Memorial Erico Verissimo, no Centro Cultural CEEE que leva o nome do autor gaúcho. São mais de 3 mil itens. Todos vieram dos acervos do jornalista e bibliófilo Mario de Almeida Lima e do doutor em Letras Flávio Loureiro Chaves, amigos do escritor. No sexto andar do prédio, o visitante pode olhar alguns destes documentos, todos cuidadosamente expostos, e observar o processo criativo de Erico, por meio de originais com rasuras, frases ou parágrafos descartados, comentários, desenhos, anotações, cálculos matemáticos. Os expositores estão divididos de forma a contemplar as diferentes facetas de Erico, o romancista, o contista, o tradutor, o editor. O Tempo e o Vento, sua principal obra e que está dividida em três partes -O Continente, O Retrato e O Arquipélago -ganhou expositor próprio. Todos esses documentos estão digitalizados e podem ser acessados em dois terminais no próprio local ou no site www.cccev.com.br
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Mapa de Antares
A planta da praça central da cidade imaginária de Antares é o ponto de partida do último dos romances publicados por Erico. O mapa é detalhista, trazendo o contorno da prefeitura e da igreja matriz, entre outras, localizando residências e comércio, e mostrando o coreto no centro da praça, local que terá grande importância na narrativa. Traz também um tracejado, que representa a "caminhada" dos mortos ao retornarem à cidade. O verso do mapa, além de dedicatória a Flávio Loureiro Chaves, elenca as personagens _ uma tem seu nome trocado de Pulquéria para Quitéria e outra, Angelito, nem aparece na trama _ e dá a cronologia das principais ações, incluindo as mortes e a greve dos coveiros. É um documento que mostra a gênese do romance.
A fonte das recordações
São 94 páginas originais do segundo volume de memórias de Erico, Solo de Clarineta, todas datilografadas ou manuscritas, com anotações, algumas em inglês, e desenhos de Erico Verissimo na marginalia. Toda a transcrição e organização deste material foi realizada pelo amigo Flávio. Por se encontrarem em fase inicial de redação, 12 páginas originais não foram aproveitadas pelo organizador na edição do segundo volume de memórias do autor. São, portanto, inéditas e estão no Memorial. Também trazem desenhos.
Estão ali alguns dos personagens mais carismáticos e complexos da literatura nacional, como Ana Terra, Capitão Rodrigo, Bibiana Terra, o velho Fandango, Licurgo e Rodrigo Terra Cambará.
Segue a saga
Os originais de O Retrato foram cuidadosamente encadernados em cinco volumes. Esta segunda parte da trilogia O Tempo e o Vento tem em Rodrigo Terra Cambará, neto do Capitão Rodrigo, o protagonista da história, que vai do início do século 20 à Era Vargas. O romance registra a passagem de uma comunidade rural para uma sociedade urbana. Os documentos datilografados espelham o processo criativo do autor, com rasuras, trechos descartados e observações. Os originais trazem também a dedicatória de Erico a seu amigo Mario de Almeida Lima, datada de fevereiro de 1970, e nela o autor faz referência à censura enfrentada no país: "No ano da censura prévia dos livros, que espero não dure muito".
O RETRATO
O segundo volume da trilogia vai buscar em Oscar Wilde e em seu O Retrato de Dorian Gray a inspiração para desacelerar a história épica do primeiro volume e centrar foco na vida de Rodrigo Terra Cambará. Estancieiro e político influente, Rodrigo simboliza a transição de um Rio Grande agrário para a modernidade.