Em sua estreia como convidada da Jornada Nacional de Literatura, Sonia Rodrigues falará sobre a sua primeira experiência com uma biografia. A autora, filha de Nelson Rodrigues, divulgará a autobiografia do pai Nelson Por Ele Mesmo, que organizou.
Escritora e doutora em Literatura, Sonia também trabalha com roteiros para cinema e é especialista em criação e gestão de produtos digitais. Ao lado de André Vianco e Guto Lins, ela participará de uma discussão com o tema Narrativas Transmidiais, em que também abordará o romance Estrangeira, que publicou há dois anos.
Esta é a segunda vez que a autora visita a cidade. Em outubro 2011, Sonia foi a convidada do projeto relacionado à Jornada chamado Livro do Mês. Ela divulgou a obra juvenil Eu sou Maria, que também integra o texto Os Doze Trabalhos de Hércules, em que a escritora reconta o mito do herói.
Depois de desembarcar no aeroporto de Passo Fundo, na tarde desta quinta-feira, Sonia conversou com Zero Hora sobre a Jornada e o trabalho. Na despedida da entrevista, antes de embarcar no ônibus que a levaria para o hotel, afirmou animada:
- Eu adoro estar em Passo Fundo, sabia?
O debate com a autora será realizado às 19h desta sexta-feira, no Palco de Debates do evento.
Zero Hora - A primeira vez que você esteve em Passo Fundo foi para divulgar uma obra para jovens. Agora, para a Jornada, traz dois livros para adultos. Como é trabalhar com os dois tipos de literatura?
Sonia Rodrigues - A diferença é só do leitor, de como o leitor recebe a obra. Você apenas tem de adequar a linguagem. Eu agora estou adaptando para a editora Saraiva as obras Rei Lear, de Shakespeare, e Antígona, de Sófocles. São textos pesados, que falam sobre morte e rivalidade entre irmãos, mas são temas humanos. Eu acho que funciona, no caso desses clássicos muito antigos, fazermos este caminho da adaptação, da transposição. O projeto deve sair ano que vem.
ZH - Na Jornada, você falará sobre a autobiografia do seu pai. Como foi este trabalho?
Sonia - Eu estou trazendo uma autobiografia póstuma do meu pai, que eu organizei, chamada Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo. Foi a primeira biografia com que trabalhei, mas acho que, na medida em que adquirimos experiência, nos sentimos livres para transitar por qualquer tipo de narrativa.
ZH - E como fazer os jovens lerem a obra de Nelson Rodrigues?
Sonia - Pois é, isso me lembra de um fato curioso. Teve uma escola no Rio de Janeiro que me deu a honra de colocar meu nome em uma biblioteca. E eu pedi para a editora doar alguns livros do meu pai, principalmente de peças, para a escola. Agora os alunos estão lendo os meus livros e os livros do meu pai. Eu acho que eles podem começar com algumas obras como O Beijo no Asfalto ou Vestido de Noiva, que tratam de assuntos do cotidiano. E também começar pela prosa, como A vida como ela é...
ZH - No evento, você ainda divulgará outras obras?
Sonia - Também falarei durante a Jornada de um livro chamado Estrangeira. Ele é um romance, que conta a história de uma filha que descobre por acaso os amores da mãe, que já morreu. E depois ainda descobre, pelo Facebook, os amores de uma tataravó.
Em família
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