São três os principais personagens de Sargento Getúlio, a novela de João Ubaldo Ribeiro: o protagonista que dá título ao livro; o motorista da viatura, Amaro; e um prisioneiro confiado a Getúlio para ser levado da Bahia até Sergipe. São três os personagens, já se disse, mas o narrador é um só, o próprio Getúlio, um valentão façanhudo que fala sem parar e que relata sua missão com uma linguagem literariamente ousada. No meio da viagem, ocorre uma reviravolta política e a ordem para entregar o prisioneiro é cancelada. Getúlio, cabra-macho, teima em cumprir sua missão, só que agora ele está do lado errado do poder.
A peça dirigida pelo baiano Gil Vicente Tavares, que adapta a obra, em cartaz de quinta a sábado, às 19h, no Teatro do Sesc, reproduz a estrutura narrativa de João Ubaldo em um monólogo. Getúlio é vivido por Carlos Betão (foto), ele próprio narrador de sua aventura, levando para o palco o discurso carismático do personagem.
