Do clássico expressionista de Robert Wiene O Gabinete do Dr. Caligari à alegoria cinéfila de Quentin Tarantino Bastardos Inglórios, uma parte bem relevante da história do cinema passou pelo mítico estúdio alemão Babelsberg, que em fevereiro de 2012 completou cem anos de atividade. Localizado em Potsdam, próximo a Berlim, este é o mais antigo estúdio de produção em atividade do mundo, superando dois ícones de Hollywood que também começaram a rodar suas câmeras em 1912: Universal (abril) e Paramount (maio).
Em cartaz na Capital até o próximo domingo, dia 2 de setembro, a mostra Babelsberg - 100 Anos de Cinema Alemão exibe em três salas - CineBancários, Cine Santander e Sala Eduardo Hirtz da Casa de Cultura Mário Quintana - títulos clássicos produzidos em três fases distintas do Babelsberg: sob a bandeira UFA (até final da II Guerra); com o nome Defa, ao ser estatizado pelo governo da Alemanha Ocidental (até 1992); e a nova era Babelsberg das últimas décadas.
Nestes cem anos, o estúdio passou por todas as inovações do cinema, dos filmes mudos ao suporte digital, sobreviveu a duas guerras mundiais, ao controle da máquina de propaganda dos nazistas, à Guerra Fria e à queda do muro de Berlim. Fritz Lang, F. W. Murnau, Alfred Hitchcock, Billy Wilder e Roman Polanski estão entre os grandes cineastas que filmaram no Babelsberg. Privatizado em agosto de 1992, o estúdio teve diferentes proprietários e, em 2005, sob controle de um grupo de investidores, foi totalmente reformado e modernizado.
A mostra reúne 18 longas-metragens, seis representando cada uma destas três fases cada fase.Sem dúvida, foi sob selo UFA que foram produzidos os grandes clássicos do estúdio, como três obras-primas do cinema mundial que estão na programação: O Anjo Azul (1930), Josef Von Sternberg, O Gabinete do Doutor Caligari (1920) e o Fausto (1926) de Murnau, além de Amphitryon (1935), de Reinhold Schünzel, Asfalto (1929), de Joe May, e primeira versão de As Aventuras do Barão Munchausen (1943), de Josef von Báky.
Além destes, vale conferir na mostra títulos dos pós-Guerra, como Os Assassinos Estão Entre Nós (1946), de Wolfgang Staudte, produções dos anos 1960 e 1970 e realizações recentes que não tiveram lançamento comercial no Brasil. As projeções são em DVD. Ingressos a R$ 5.
A mostra é apresentada pelo Fantaspoa Produções e pelo Instituto Goethe, com realização da Mozi Produções e da Associação de Críticos de Cinema do RS (ACCIRS).