Durante sua passagem pelas Ilhas Galápagos, em 1835, a bordo do navio HMS Beagle, o naturalista inglês Charles Darwin (1809 - 1882) coletou tartarugas que levou consigo para estudos em Londres. Supõe-se que uma delas tenha sido Harriet, réptil que morreu, em 2006, em um zoológico da Austrália, aos 175 anos (176, segundo algumas fontes).
Bem, essa é a parte verdadeira de toda a história.
Ficcionalizando a relação entre o animal e o pesquisador, a peça A Tartaruga de Darwin, em cartaz hoje e amanhã no Teatro do Bourbon Country, na Capital, cria uma fantasia sobre o destino da humanidade. Interpretada pela atriz Cristina Pereira, Harriet não apenas está viva como se transfigura em uma forma humanoide. E está disposta a contar as barbáries humanas que testemunhou - a ascensão do nazismo, o bombardeio de Guernica etc. -, lançando a suspeita de que os seres humanos talvez estejam regredindo a um estado cada vez mais primitivo.
Escrito pelo dramaturgo espanhol Juan Mayorga, o texto mostra como a tartaruga desperta a atenção de um historiador (Paulo Betti), sedento para ouvir revelações surpreendentes de uma testemunha ocular, e de um cientista (Rafael Ponzi), curioso para estudar a evolução de Harriet. Em meio ao imbróglio, a mulher do historiador (Vera Fajardo) cogita transformar o animal falante em um fenômeno midiático.
Uma curiosidade sobre a montagem: amigos de longa data, os quatro integrantes do elenco são sócios do espaço cultural Casa da Gávea, no Rio. Betti, diretor do espetáculo ao lado de Ponzi, tornou-se um admirador da peça ao assistir a uma encenação na Espanha em 2008.
- A primeira coisa em que pensei, na ocasião, é que o papel de Harriet seria excelente para Cristina Pereira, que é uma atriz inteligente, com grande comprometimento com causas sociais, políticas e humanitárias. Ela é o grande destaque da nossa montagem - disse por telefone o ator, que retornará à Capital em setembro no elenco da peça Deus da Carnificina, com direção de Emílio de Mello, no 19º Porto Alegre Em Cena.
SERVIÇO
A Tartaruga de Darwin
Quando: Sábado, às 21h, e domingo, às 18h.
Duração: 80 minutos. Classificação: 14 anos.
Onde: Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80, 2º andar), fone (51) 3375-3700, em Porto Alegre.
Onde estacionar: o shopping tem estacionamento a R$ 5.
Ingressos: R$ 20 (todos os setores). Desconto de 10% para titular do Clube do Assinante.
À venda na bilheteria do teatro (sábado, das 14h às 22h, e domingo, das 14h até o horário do espetáculo). Pelo call center 4003-1212 (sábado, das 9h às 22h, e domingo, do meio-dia às 18h) e pelo site www.ingressorapido.com.br , a compra do ingresso deve ser realizada até duas horas antes de cada sessão.