Um dos grandes nomes da ópera desembarcou em Porto Alegre e ficará por algum tempo. Giacomo Puccini, autor de La Bohème, executada em agosto pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) e por cantores líricos da Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (Cors), agora será homenageado no espetáculo Puccini: o Seu Nome É Amor!, em duas sessões deste final de semana, no Theatro São Pedro, no sábado (14) 20h, e no domingo (15), às 18h.
No centenário da morte daquele que é um dos principais autores da década de ouro da ópera italiana, a Orquestra Theatro São Pedro e quatro cantores da Cors irão apresentar trechos de sete grandes peças de Puccini: Madama Butterfly, Turandot, Suor Angelica, Tosca, La Rondine, Edgar e Manon Lescaut. A regência é do maestro Evandro Matté e a direção cênica, de Flávio Leite. Os ingressos custam a partir de R$ 10 no site do Theatro São Pedro.
— Quase todas as obras de Puccini tratam do amor. Seja de forma trágica, seja de forma romântica. Ele é o compositor italiano mais conhecido por retratar o amor — diz Leite, que também fez a direção cênica de La Bohème.
A cortina lírica, como se chama a apresentação de vários fragmentos de óperas importantes, não costuma investir em elementos visuais, como cenários. Resume-se à execução de trechos das músicas. Contudo, o espetáculo deste final de semana terá um telão onde serão exibidas imagens alusivas às histórias. Outro detalhe: a orquestra não irá se apresentar no fosso, mas no palco, atrás das sopranos Eiko Senda e Rosimari Oliveira, da contralto Angela Diel e do tenor Giovanni Marquezeli. Também haverá projeção de legendas em português.
— Os cantores, por sua vez, estarão com figurinos conforme os personagens usariam na ópera. Estarão atuando na frente da orquestra, naquela ambientação. Serão 11 figurinos para os quatro solistas, confeccionados especialmente para esse espetáculo — diz Leite.
Matté diz que a apresentação de La Bohème foi um sucesso, com ingressos vendidos em poucos horas e a plateia reagindo emocionada ao concerto, um efeito que Puccini consegue causar.
— A música do Puccini é muito cativante, toca muito o coração das pessoas. E ele era um gênio da orquestração, consegue fazer com que a melodia, o canto, tenham um reforço de expressividade da orquestra. Os timbres que ele criou para a orquestra, em harmonia com o que é cantado pelos solistas, dá um efeito impressionante — resume.
Japonesa com cidadania uruguaia, a soprano Eiko Senda defende a popularização da ópera, uma expressão artística que, em sua opinião, virou um produto de elite no Brasil porque as companhias contratavam cantores estrangeiros, o que encarecia a produção e o valor dos ingressos. Contudo, a criação de entidades como a própria Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul, da qual é vice-presidente, contribui para lapidar profissionais locais e valorizá-los.
— Por que não podemos fazer óperas com preço justo, com artistas daqui? Queremos incentivar que as óperas sejam feitas com os artistas locais. Além do mais, há uma ideia de que ópera é uma expressão artística de elite. Mas, antigamente, dentro das famílias italianas e alemãs, antes do advento da televisão, todo mundo ouvia ópera — considera.
Puccini: o Seu Nome É Amor!
- Sábado (14), às 20h, e domingo (15), às 18h
- Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n°), em Porto Alegre
- Ingressos a partir de R$ 10 no site do Theatro São Pedro