Foi um dia de funk, pagode e toda versatilidade musical de uma estrela brasileira em solo norte-americano. A cantora Ludmilla se apresentou no Coachella neste domingo (14). Realizado em Indio, na Califórnia, o festival hoje é uma das principais celebrações do música pop do mundo — embora, originalmente, tenha surgido como um evento do cenário alternativo.
O show teve início às 18h20min (horário de Brasília) com a voz de Beyoncé ecoando pelos alto-falantes do festival: "Do Rio, Brasil, até a Califórnia, todo esse caminho até o Coachella. Senhoras e senhores, Ludmilla".
A cantora brasileira conheceu Beyoncé durante a passagem da americana pelo Brasil. Aliás, Lud contou com um profissional que já trabalhou com Bey em seu time no Coachella — o beauty artist (especialista em montar maquiagem e cabelo) Rokael Lizama.
Ludmilla é tão fã da cantora que usava o nome dela quando se lançou na música, MC Beyoncé. Essa fase foi contemplada no setlist da apresentação. Antes, o áudio de Bey foi seguido por uma mensagem em inglês da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP): "Respeite minha história, respeite meu povo e minha comunidade, respeite a mulher negra mais ouvida na América Latina".
O repertório do show repassou a carreira de Lud, indo de Fala Mal de Mim a Socadona. De Cheguei a Maliciosa. Teve o hit Maldivas, com a clássica participação da esposa da cantora, Brunna Gonçalves — com direito à beijo na boca.
Aliás, enquanto Brunna dançava no palco, Ludmilla exclamou o bordão de Beatriz, que participou do BBB 24: "É o Brasil do Brasil!".
Lud foi a primeira mulher preta latino-americana a se apresentar no palco principal do festival californiano. E não foi um feito simples: o show teve um orçamento de R$ 8 milhões, contando com três empresas envolvidas na realização do espetáculo.
No sábado (13), a cantora divulgou uma carta aos fãs para agradecer por este momento que considera tão especial de sua carreira. “Eu vim de lugar onde o ‘não’ sempre foi a palavra mais presente. Eu escutei tantos ‘nãos’ até aqui... Vi o ‘não’ nos olhares das pessoas, na televisão, nas capas de revistas, na forma de cantar e sobre o que eu queria cantar. Eu tinha o ‘não’ como meu único horizonte, mas tudo mudou quando eu entendi que o meu ‘não’ era mais forte que tudo isso", diz a nota divulgada pela artista.
"Eu decidi que NÃO ia parar, que NÃO ia aceitar o pouco, que NÃO ia ser mais uma expectativa. Eu sou o ‘não’ que movimenta a sociedade, que muitas pessoas não engolem e que através dele o ‘sim’ possa ser um novo horizonte para outras Ludmillas que existem pelo Brasil e pela América Latina", completou Ludmilla.