A era Taylor's Version conclui um novo capítulo nesta sexta-feira (27). Isso porque Taylor Swift lança a regravação de 1989, disco de 2014 que rendeu à artista o prêmio de álbum do ano no Grammy Awards. A data em que a produção chega para os fãs marca os exatos nove anos desde o lançamento do disco original. Esse será o quarto álbum da cantora regravado, após as novas versões de Fearless, Red e Speak Now.
O anúncio de 1989 (Taylor's Version) foi feito em agosto, no último show da turnê The Eras Tour nos Estados Unidos, antes da vinda à América Latina. Nas redes sociais, Taylor chegou a afirmar que essa foi a sua regravação favorita e que a nova versão, assim como as anteriores, vai trazer novas canções, desconhecidas pelos fãs, que tinham sido descartadas em 2014.
1989 (Taylor's Version) faz parte da série de relançamentos dos primeiros seis discos de sua carreira. O projeto apelidado de Taylor's Version tem feito sucesso e, ao mesmo tempo, gerado curiosidade no público. Afinal, por que Taylor está revisitando seu passado e gravando novas versões de suas músicas?
Por que Taylor está regravando seus álbuns?
Posse dos direitos e briga com gravadora
A cantora está regravando seus seis primeiros álbuns como uma forma de retomar o controle sobre as próprias músicas. No início da carreira, aos 13 anos, a cantora assinou com a gravadora Big Machine Records, lançando seis álbuns pelo selo até 2017: Taylor Swift (2006), Fearless (2008), Speak Now (2010), Red (2012), 1989 (2014) e Reputation (2017).
Com o término do contrato e desejando que suas próximas produções fossem gerenciadas pela Universal Music (com o selo Republic Records), a artista propôs à antiga representante comprar os chamados "masters". Esse é o nome dado para a primeira versão completa de uma música, após todo o processo de produção e pós-produção, no formato de arquivo que é disponibilizado nas diferentes plataformas e para o qual o direito de reprodução pode ser cedido.
Nesse meio tempo, no entanto, a Big Machine Records foi vendida para Scooter Braun, empresário que trabalha com nomes como Justin Bieber e David Guetta, e com o qual Taylor teve um conflito no passado. Toda sua obra produzida na gravadora foi incluída na negociação e os direitos dos"masters" passaram a pertencer a Braun. Pouco mais de um ano depois da compra da gravadora, o empresário vendeu o material da artista para um fundo de investimentos privado. O negócio foi fechado, conforme a Variety, por cerca de US$ 300 milhões (mais de R$ 1,5 bilhão).
A cantora, na época, publicou uma carta aberta em suas redes sociais acusando o novo manager de ter cometido bullying contra ela em anos anteriores e afirmou estar indignada com o negócio, ressaltando que seu legado estava sendo vendido para alguém que um dia "quis destruí-lo".
Além disso, na declaração, disse que seu time tentava negociar com Braun para comprar suas gravações, mas, ao descobrir que o empresário poderia seguir lucrando com sua obra, ela desistiu da aquisição.
Direitos autorais e processo de regravação
Ainda que Taylor não tenha as "masters" dos seus seis primeiros álbuns, a cantora permanece detentora dos direitos autorais de suas canções, uma vez que as letras e as composições musicais são assinadas por ela. Dessa forma, diante da situação, a solução encontrada por ela e sua equipe foi a regravação e o relançamento das obras.
Em 2019, Taylor anunciou que regravaria todos os seus trabalhos que estão sob posse de Braun, intercalando os lançamentos com projetos originais. Em participação no programa Late Night com Seth Meyers, em 2021, a cantora explicou que sempre quis ter a propriedade sobre suas músicas.
— Então pensei: fui eu quem fez essa música primeiro, posso fazê-la de novo. Então é isso que estamos fazendo — declarou, na ocasião.
Ela também falou sobre os títulos do álbuns que têm "Taylor's Version" (Versão da Taylor, em português) ao lado, o que significa que ela é a proprietária do material.
— Vocês provavelmente não sabem disso, mas a maioria dos artistas não são proprietários de seu próprio trabalho.
Durante a conversa com o apresentador Seth Meyers, a artista também contou sobre o processo de regravação. Segundo ela, foi uma ótima experiência entrar novamente no estúdio para cantar seus primeiros álbuns, já que lhe permitiu reviver diferentes períodos de sua vida e dividir a nostalgia com seus fãs.
Lançamentos
O primeiro álbum escolhido para o relançamento em 2021 foi Fearless (Taylor's Version), seguido por Red (Taylor's Version) e, mais recentemente, Speak Now (Taylor's Version). Com a divulgação de 1989 (Taylor's Version), faltarão apenas as novas versões de Reputation (2017) e Taylor Swift (2006).
Mesmo que sejam as mesmas músicas lançadas há anos, Taylor apresentou ao público discos retrabalhados, com mudanças e nova identidade visual. Os álbuns chegaram acompanhados de composições inéditas, escartadas no passado, como Mrs. Perfectly Fine e uma versão de 10 minutos do single All Too Well.
Apesar do ceticismo da indústria musical, já que a cantora lançaria canções já conhecidas pelo público, todos os relançamentos foram considerados grandes sucessos. Não havia garantias de que os fãs deixariam de ouvir as originais para dar play nas novas versões. No entanto, até o momento, os discos atingiram o topo da Billboard e não param de crescer em streamings.
Além dos discos Taylor's Version, a artista tem outros quatro álbuns de estúdio, lançados pela Republic Records, Lover (2019), folklore (2020), evermore (2020), e Midnights (2022).
No Brasil
Cerca de um mês depois do lançamento de 1989 (Taylor's Version), a cantora fará seis shows no Brasil. Nos dias 17, 18 e 19 de novembro, as apresentações serão no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Já nos dias 24, 25 e 26 do mesmo mês, no Allianz Parque, em São Paulo.