O rapper americano Kanye West declarou, nesta quinta-feira (1º), seu "amor" pelos nazistas e sua admiração por Adolf Hitler durante uma transmissão ao vivo de várias horas com o teórico da conspiração Alex Jones.
— Eu amo Hitler — disse o artista, que atende pelo nome de Ye, em uma longa (e em alguns momentos confusa) entrevista da qual também participou o supremacista branco Nick Fuentes e que foi transmitida por um portal segmentado na web.
— Eu amo os judeus, mas também amo os nazistas — disse o músico. — Não gosto de ver a palavra "maldade" ao lado de nazistas.
O cantor, que planeja se candidatar à Presidência dos Estados Unidos em 2024, apareceu com o rosto coberto por uma máscara preta, uma jaqueta de couro e luvas pretas.
— Eu enxergo coisas boas sobre Hitler também— disse Ye, que há meses tem ganhado manchetes por seus comentários antissemitas.
— Amo todo mundo — continuou. — Não posso dizer que essa pessoa (Hitler) que inventou as estradas e os microfones que uso como músico não fez nada de bom.
— Cada ser humano tem algo valioso que trouxe para a mesa, especialmente Hitler — acrescentou.
Os repetidos elogios de Ye causaram atrito com Jones, que, conhecido por suas posições extremas, preferiu se distanciar dizendo que "os nazistas fizeram coisas realmente ruins".
— Eu sou um nazista — chegou a afirmar o cantor para Jones, que respondeu:
— Você está dobrando sua aposta.
Ye e Fuentes se encontraram recentemente com o ex-presidente Donald Trump para um jantar que foi questionado por alguns líderes do Partido Republicano.
Poucos dias antes, Trump foi aplaudido de pé pela Coalizão Republicana Judaica, que realizou seu encontro anual em Las Vegas.
Mas, nesta quinta-feira, a Coalizão emitiu um comunicado que, sem mencionar diretamente Trump, condenou Ye e instou aqueles que ainda o apoiam a se distanciarem do artista.
"Devido aos seus elogios a Hitler, não é exagero que Kanye West seja um intolerante vil e repulsivo que atacou a comunidade judaica com ameaças e difamações no estilo nazista", disse o comunicado.
"Os conservadores que erroneamente apoiaram Kanye West devem deixar claro que ele é um pária. Já chega", acrescentou o texto.
Os comentários antissemitas e racistas custaram a Ye negócios lucrativos este ano com marcas como Adidas e GAP.