A morte do pianista Nelson Freire, 77 anos, foi causada por complicações de uma queda sofrida na residência em que vivia no Joá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela assessora do músico, Glória Guerra, ao portal G1. Ela afirmou que Freire "teve uma concussão cerebral" e "morreu na hora", mas não deu mais detalhes de como ele caiu.
Freire, um dos maiores pianistas da música clássica mundial, morreu na madrugada da última segunda-feira (1º). O velório ocorre no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e é aberto ao público. Conforme informado por familiares do artista ao G1, o enterro será em Boa Esperança, em Minas Gerais, terra natal do pianista. Mais informações sobre o traslado do corpo não foram divulgadas.
Nascido em 1944, Freire demonstrou seu talento com o piano precocemente. Com apenas três anos, já tocava o instrumento e impressionava familiares. Aos 12, se tornou um dos vencedores do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro e ganhou uma bolsa para estudar na Áustria.
Com isso, nunca mais se afastou do piano e apresentou uma carreira meteórica. Aos 19 anos, conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional Vianna da Motta, em Lisboa. Já aos 24, estreou com a Orquestra Filarmônica de Nova York. A revista Time, após apresentação nos Estados Unidos, o chamou de "um dos maiores pianistas desta ou de qualquer outra geração".
Freire, então, conseguiu conquistar sucesso nacional e internacional. Tocou em mais de 70 países e foi o único brasileiro a ser incluído na Great Pianists of the 20th Century, coletânea de cem volumes com gravações de 72 pianistas lançada mundialmente.
Ao longo da carreira, trabalhou com prestigiados regentes, como André Previn, Rudolf Kempe, Pierre Boulez, Kurt Masur e Lorin Maazel. Também teve a pianista argentina Martha Argerich como grande parceira, realizando turnês conjuntas — em 2004, eles se apresentaram juntos em Porto Alegre.
O pianista deixou o marido, o médico Miguel Rosário, e um irmão.