Uma reabertura intimista, com destaques da cena local. No primeiro fim de semana de agosto, depois de 15 meses fechado, o bar Opinião retomará sua programação de shows presenciais, com o público sentado, com o projeto Acústico Opinião. Os ingressos começarão a ser vendidos no início de julho, com valores a partir de R$ 20, pela plataforma Sympla.
— Estamos felizes e com muita expectativa para essa retomada, porque todo mundo que trabalha na cena cultural está precisando ver uma luz no fim do túnel, e ela parece estar chegando de fato — define Gabriel Souza, um dos sócios-diretores da Opinião Produtora, responsável pela administração do espaço, que fica no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.
O público, que estava acostumado a ficar de pé e até mesmo próximo dos artistas no palco, terá uma experiência diferente. O Opinião vai reabrir com mesas com quatro lugares, com ingressos individuais e numerados. As 200 entradas por evento poderão ser adquiridas pelo Sympla e apresentadas na entrada via QR Code. O bar terá atendimento normal, mas com filas respeitando distanciamento e com cardápios espalhados nas mesas, para evitar aglomeração.
No palco, a música será comandada por artistas da cena local. Já que a realização do evento foi viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul, Souza salienta a preocupação em trazer músicos do Estado, como Frank Jorge e Tati Portella.
— São artistas que não circularam tanto e que não foram vistos em tantas lives nas redes sociais durante a pandemia. Como esse movimento de transmissões nas redes saturou um pouco, a gente também privilegiou quem não estava nelas o tempo todo, para matar as saudades mesmo — reforça Souza.
Ex-integrante da banda Fresno, Rodrigo Tavares, conhecido como Esteban, também está confirmado na retomada. O músico ressalta que teve a oportunidade de fazer uma live dentro do Opinião durante a pandemia, mas a experiência não é equiparável a um show.
— É uma felicidade imensa voltar a trabalhar. Principalmente para os artistas, que trabalham com aquilo que faz parte da vida deles diariamente. Isso é um respiro, uma volta à vida — afirma ele.
As apresentações ocorrerão nas sextas-feiras e sábados, a partir de 6 de agosto. Serão duas performances por noite, que vão englobar diferentes estilos musicais. Será possível reencontrar, por exemplo, as músicas das bandas Calote e Cillada, que estarão na programação em uma das noites dedicadas ao pagode da década de 1990. A Batalha do Olimpo, tradicional disputa de rap no Estado, também ganhará uma edição dentro do Acústico Opinião.
Estão confirmados ainda shows de Yas Speransa, Rafa Machado e Zaka Kappel. A programação completa, com as datas, deve ser divulgada nos próximos dias, junto com o início da venda dos ingressos.
Futuro
O Opinião está confiante na reabertura, que se dará de forma gradual. Para os próximos meses, após a realização do Acústico Opinião, a expectativa é a realização de algumas apresentações que já tinham sido adiadas no último ano. Entre novembro e dezembro, a agenda deve ser movimentada, inclusive, com novas atrações nacionais e internacionais, segundo Souza.
Apesar da confiança na retomada das atividades, o empresário reforça o quanto a aceleração no ritmo das vacinações é determinante para o setor cultural, de fato, voltar a entrar nos trilhos.
— Vimos outros espaços abrindo, mas a gente continua respeitando os protocolos não só pensando no público, mas também em nossos funcionários. Os artistas e o público estão muito a fim de consumir cultura novamente, mas a gente precisa respeitar a nossa segurança — acredita Souza.
Além disso, a casa de shows também pensa na reabertura como uma forma de recuperação econômica. Souza lembra que manteve o quadro de funcionários sem alterações no período de pandemia. O estoque de bebidas, que estavam prestes a vencer, pôde ser trocado junto a fornecedores.
— Esta reabertura é como um test-drive para os novos tempos. Está tudo organizado, então queremos ver como isso tudo vai funcionar. Vai ser um recomeço — finaliza Souza.