Em novos tempos, nos quais os cantores lançam discos fragmentados, dividindo-os em singles ou projetos, Diogo Nogueira aproveita para completar a trilogia de Samba de Verão, seu trabalho audiovisual, com a chegada do álbum Lua, disponível nas plataformas digitais e no canal do YouTube do artista. Os dois primeiros discos do projeto foram Sol e Céu, que contaram com a participação de Zeca Pagodinho e do Grupo Fundo de Quintal.
Samba de Verão, gravado em novembro numa balsa, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, ganhará um especial neste sábado (13), no Canal Bis, às 19h, com o show na íntegra. Apresentado por um texto de Pedro Bial, Lua tem 24 faixas e segue uma receita de Diogo que vem fazendo sucesso em seus últimos trabalhos: misturar canções inéditas de parceiros que ele faz questão de dar visibilidade, como Vai Embora Não (Rodrigo Leite e Claudemir), músicas suas com bambas do samba nacional, como Cadê? (feita a quatro mãos com Moacyr Luz, que idealizou o Samba do Trabalhador, um dos mais tradicionais eventos de samba do Rio) e clássicos como Aquele Abraço (Gilberto Gil). Até o fechamento desta edição, o DVD tinha dois shows de lançamento marcados: no Vivo Rio (Rio de Janeiro, dia 10 de abril) e no Unimed Hall (São Paulo, 3 de julho).
Por e-mail, Diogo Nogueira conversou com GZH sobre o projeto, o repertório e o atual momento pelo qual passam os músicos no país.
Qual a importância de lançar um trabalho alegre como esse, em meio à pandemia?
O Samba de Verão é um projeto que começou a ser desenhado há muito tempo. Durante a pandemia, a gente foi lapidando até conseguir gravá-lo. O momento continua sendo muito delicado e espero que possa trazer afeto, alegria e esperança de um novo dia que está para raiar, com a chegada da vacina.
Como surgiu a ideia de convidar Pedro Bial para apresentar o projeto?
O Bial é um amigo do samba, conhecedor profundo da história do gênero musical e dos seus personagens. É um cara que sempre teve um carinho comigo em todas as vezes em que estivemos juntos, e nossa equipe teve a ideia de convidá-lo para fazer o texto de apresentação. Ele topou na hora e não só escreveu esse lindo texto, como aceitou ler a sua narração e que ela fosse usada por nós no especial para apresentar o projeto na TV.
Como foi a junção dos convidados e a seleção de repertório para Lua?
Tivemos um bom problema para resolver. Não é fácil selecionar músicas para um novo projeto, especialmente quando se tem muitas músicas inéditas excelentes. Também tivemos que dar uma boa garimpada para chegarmos às canções às quais resolvemos dar novos arranjos. Para isso, contei muito com o Rafael dos Anjos e com o Alessandro Cardozo, produtores do álbum.
Em 2020, falava-se muito da importância do artista e de seu trabalho na pandemia. Como está vendo isso em 2021?
A pandemia foi um tsunami na vida de todos nós. Algo jamais visto e imaginado por qualquer um. Tivemos que nos reinventar e, no meu caso como artista, buscar alternativas para estar novamente conectado ao meu público. As lives foram a saída, e tive a sorte de ter uma equipe incrível que criou junto comigo lives cheias de entretenimento, com culinária, atores, roteiros temáticos e muita música. Até um livro digital de receitas lancei na pandemia e, para a nossa surpresa, foi indicado e está concorrendo entre os 10 melhores livros de receitas do mundo feito por celebridades, e o resultado sai em junho, em Paris.
Qual a expectativa para esses shows presenciais, eles estão confirmados?
Tenho datas marcadas, agendadas, mas que só serão definitivamente confirmadas quando tivermos a certeza de que será possível fazer o show com segurança para todos nós. Fico na torcida para que todo mundo jogue no mesmo time pela vacina, pois, nesse momento, ela é a única alternativa viável para voltarmos a trabalhar com eventos presenciais.