Tom Zé vai iluminar a fachada do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, com suas canções nesta quinta-feira (21) durante a abertura do 16º Festival Multiplicidade. Migrado para a internet devido à pandemia, o evento será transmitido a partir das 20h pelos canais do YouTube do Multiplicidade e do Oi Futuro.
Para o cantor de 84 anos, é uma forma de denunciar o descaso das autoridades com a situação da Cultura no país, após a instituição perder grande parte do seu acervo para um incêndio em 2018. Ao jornal O Globo, Tom Zé declarou que "tudo da cultura está jogado às traças":
— Este museu pegou fogo por descuido, por falta de respeito. Cantar lá é um modo de propagação do espírito brasileiro e de lembrar que a cultura precisa de ajuda.
Gravada especialmente para o evento, a apresentação de Tom Zé projetada no Museu vai trazer músicas como Tô, Sabor de Burrice, Politicar, Língua Brasileira, além da inédita Clarice Clariô, em homenagem a Clarice Lispector, uma espécie de patrona desta edição do festival (cujo tema é "O que eu quero ainda não tem nome"). A apresentação do músico ainda será mesclada com o trabalho do artista digital japonês Daito Manabe, que traz para o evento seu mais novo trabalho Morphecore.
Para o curador do Multiplicidade, o artista Batman Zavareze, a ideia de projetar a apresentação no Museu Nacional é uma forma de "celebrar a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), gestora do espaço, que está celebrando cem anos", além de dar destaque a um espaço que "representa a arte, a educação, a ciência e a história".
O 16º Festival Multiplicidade será realizado até 24 de janeiro, com transmissões sempre às 20h, com exceção do encerramento, às 17h. Participam 13 artistas convidados, entre nacionais e internacionais, com representantes do cinema, música, arte digital, vídeo-arte e mais. Toda a programação é gratuita.