Um dos principais nomes do forró, o cantor e compositor Genival Lacerda morreu nesta quinta-feira (7), aos 89 anos, em decorrência de complicações da covid-19. A informação foi confirmada pelos filhos, João Lacerda e Genival Lacerda Filho, em publicações nas redes sociais.
"Hoje perdi um dos maiores amigos de minha vida, amigo da música, de ensinamentos, amigo que na hora de brigar, sempre brigava e minutos depois nem lembrava que brigava, porque não guardava mágoa de ninguém", disse João Lacerda em sua homenagem ao pai.
Genival estava internado desde 3o de novembro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Recife. No dia 10 de dezembro, ele foi diagnosticado com pneumonia. Segundo a família do artista, ele teve uma piora no quadro de saúde na segunda-feira (4). Na quarta (6), os familiares haviam iniciado uma campanha de doação de sangue para o cantor.
O artista já havia enfrentado outros problemas de saúde em 2020. Em maio, sofreu um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC) e passou três dias internado.
O velório de Genival Lacerda deve ocorrer em Campina Grande, sua cidade natal, no fim da tarde desta quinta. Devido aos protocolos de segurança sanitária da covid-19, a cerimônia será restrita a familiares.
Trajetória
Nascido em Campina Grande, na Paraíba, em 5 de abril de 1931, Genival Lacerda gravou seu primeiro disco em 1956, um compacto duplo com Coco de 56 e Dance o xaxado. Nesta época, ele morava em Recife e também trabalhava como radialista.
Em 1964, mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi de lá que ganhou projeção nacional, em 1975, ao lançar Severina Xique Xique, eternizada pela refrão "ele tá de olho é na butique dela".
Na sequência, aumentou sua popularidade e consolidou seu estilo bem humorado com outros sucessos, como Radinho de Pilha, Mate o Véio e De Quem é Esse Jegue.
Ao lado de artistas como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos, Genival Lacerda viveu o auge do forró na região Sudeste e se tornou um dos principais símbolos da música nordestina. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, lançou mais de 50 discos.
Depois de uma fase de muitos sucessos, voltou a morar em Recife na década de 1990 e manteve sua agenda de shows nos últimos anos. No final de 2017, recebeu no Palácio do Planalto a medalha da Ordem do Mérito Cultural (OMC).