É até irônico pensar que, enquanto Vitor Kley abria seu show no Planeta Atlântida com o verso "Oh, sol, vê se não me esquece", São Pedro parecia não ouvir a prece. A chuva seguia forte no Planeta Atlântida. No fim da tarde desta sexta-feira (31), planetários de todas as idades encaravam a água que caía como se fosse um belo dia de céu aberto.
Maia de Oliveira, de 26 anos, veio de Farroupilha especialmente para o evento pela primeira vez. Ela estava munida de um chapéu de palha, um pouco maior do que o tamanho tradicional. A reportagem pergunta se foi proposital para encarar o temporal.
– Que nada, moço, era para me prevenir do sol (risos). Mas até que está ajudando - conta a jovem, que veio de excursão e está na expectativa pelo show de Kevinho e Kevin O Chris. - Mas nada vai atrapalhar nosso dia!
Ao mesmo tempo, capas de chuva eram o look obrigatório dos planetários - era possível formar um arco-íris bem bonito com tantas variedades de cores. Ainda assim, outros jovens eram ainda mais ousados: tiraram a camiseta e encararam a chuva na cara e na coragem. Rafael Melo, 19, de Pelotas, era um deles.
- A camiseta que eu estava acumulou chuva o suficiente para abastecer a minha casa (risos), aí não tinha o que fazer. Ou tirava... ou tirava - confessa o jovem, que veio para os dois dias de festival.
Dança da chuva?
Outra opção encontrada pelos planetários para se proteger foram os espaços cobertos. Caroline dos Santos Costa, 22, e Ramon Scheffer, 24, se "esconderam" no espaço do Banrisul, que tinha balanços "high tech". Os dois aproveitaram para sentar, fazer fotos e curtir alguns momentos de tranquilidade antes de encarar a água.
– É horrível, chuva não dá. Mas vale a pena vir porque tem muito show que a gente não encontra em qualquer lugar – aponta Caroline, que está ansiosa para assistir Alok (atração deste sábado), e Kevinho e Dilsinho (ambos desta sexta).
– O Planeta é o Planeta, não dá para perder - concorda Ramon, que já vem no festival desde os 16 anos.
Logo ao lado do espaço do Banrisul, o Funkaréu Skol contava com a melhor alternativa para sobreviver na chuva: funk, pop e área coberta. Para as amigas Fernanda Melo, 21, e Flavia Vidal, 22, ambas de Porto Alegre, o setlist executado por Mari Krüger, por volta das 18h50min, estava ideal para resolver o problema.
– A gente ama Combatchy, da Anitta e da Luísa Sonza, e é quase uma dança perfeita da chuva. Opa, quer dizer, do sol, né? - diverte-se Flavia.
E era mesmo. Na sequência, o setlist oscilava de Amor de Que, de Pabllo Vittar, a Dentro do Carro, de MC Kevin O Chris.
Nada melhor que uma coreografia bem ensaiada para desafiar os astros responsáveis pela chuva.