Pelo segundo ano consecutivo, Vitor Kley abriu os trabalhos da primeira noite de Planeta Atlântida, no Palco Planeta. Vestindo uma camiseta da banda gaúcha Ultramen, o cantor porto-alegrense de 25 anos se apresentou pela quinta vez no festival — sua estreia foi em 2015. Assim como no ano passado, ele subiu ao palco abaixo de chuva.
É um Vitor Kley ainda mais maduro e seguro que volta ao Planeta, mas que mantém o carisma e astral de quem parecer viver em um verão constante — como se fosse um Eri Johnson surfista. Ensolarado, pode-se descrever, assim como seu maior hit, O Sol, que abriu a apresentação em meio a um tempo chuvoso. A música estourou no final de 2017 e se tornou um dos sucessos do verão de 2018.
Assim como na edição passada, a canção funcionou como uma prece para o tempo que o público enfrentava naquele momento ("Ô sol, vê se não esquece e me ilumina/ Preciso de você aqui"). Claro que a chuva não diminuiu a reação empolgada dos fãs à apresentação.
— Vocês estão se molhando e a gente também, pois somos uma coisa só — disse o cantor em um momento do show.
Mas agora Vitor também fala de outros corpos celestes: ele apresentou A Tal Canção Pra Lua (“Enquanto o Sol não vem, te admiro até o amanhecer" e "Eu mirei a Lua, acabei acertando as estrelas"), música do disco Microfonado, que saiu no ano passado.
Ao longo do show, ele cantou faixas como a suingada Morena (cantando com o coro do público), a doce Mundo Paralelo e a romântica Marambaia. Também entrou na lista Pupila, sua parceria com Anavitória, cujos vocais das cantoras entraram por meio de gravação — outro momento recebido com os fãs extasiados cantando o refrão.
Em Farol, ele propôs um clima mais intimista: pediu para as luzes baixarem e convidou o público a ligar a lanterna dos celulares.
No repertório, ainda teve espaço para um cover roqueiro de Old Town Road, de Lil Nas X. Combinando rap e country, a canção foi um dos maiores virais do ano passado e faturou duas categorias no Grammy (melhor clipe e melhor performance de duo/grupo). Nesse momento, ele já havia trocado a camiseta da Ultramen para uma camisa listrada estilo jogador de boliche.
A quinta apresentação de Vitor Kley no Planeta encerrou com Adrenalizou, que dá título ao seu disco lançado no final de 2018. Para essa canção derradeira, ele quis convidar os fãs "mais malucos" para subirem ao palco e participarem da parte final da música.
— Ela está gritando bonito! — avaliou com um critério curioso, enquanto realizava suas escolhas.
Adrenalizou fez o público pular em meio à trégua da chuva. Talvez a prece de O Sol tenha funcionado, mesmo que tardiamente — já era noite quando o show chegou ao final.