O Planeta Atlântida é sinônimo de festa. Dois dos artistas que embalam a primeira noite do festival, marcado para os dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, na Saba, na praia de Atlântida, são responsáveis por levar o funk dos morros cariocas para as pistas de dança. São eles Dennis DJ, que transformou seu Baile do Dennis em um dos maiores eventos do estilo no mundo; e Kevin O Chris, do hit Baile da Gaiola.
Com histórias bem distintas, os dois funkeiros têm em comum setlists dançantes. Kevin O Chris, 22 anos, é o principal representante do funk 150 bpm (com batida mais acelerada) e faz sua estreia no Planeta.
Revelado pelo hit Dentro do Carro, no final de 2018, o artista atingiu o topo do Spotify Brasil com Baile da Gaiola, no primeiro semestre do ano passado. O single seguinte, Ela É do Tipo, o levou ao Top 10 Global da plataforma musical. Para selar seu alcance no Exterior, Kevin gravou uma versão em inglês deste mesmo sucesso com o rapper Drake, após Anitta indicar a canção ao americano.
— Eu quero ver o funk rodar o mundo, tá ligado? Quero mostrar que a nossa cultura pode chegar a todos os cantos. Se surgir a oportunidade de trabalhar de novo com alguém lá de fora, vamos pra cima! — afirma o artista, que lançou nesta quinta-feira (23) a segunda parte de seu DVD ao vivo Evoluiu.
Com uma média de 20 shows por mês no Brasil, o funkeiro aproveita a repercussão de seus hits de 2019 para divulgar novas faixas:
— Papai, 2020 é nosso, é do funk. Eu tô na pista para fazer muitos shows e botar muitas músicas novas para a galera.
Raiz
O Planeta Atlântida também traz artistas com um longa história no funk. Em 1997, Dennis DJ começou sua trajetória como integrante do Furacão 2000, equipe que ajudou na produção da faixa Cerol na Mão, do Bonde do Tigrão. Esta foi a canção que o projetou:
— Naquela época, fiz amigos e ganhei uma experiência que levo para o resto da vida. Sempre fui muito observador e aprendi a respeitar o tempo certo de tudo — aponta Dennis, que criou o Paredão do Denis, set de músicas tocado no final do Baile do Dennis, com repertório focado no “funk raiz”.
O produtor musical fez parcerias com nomes como Tati Quebra Barraco e MC Sapão. Em 2013, começou a se aventurar em outros ritmos, aproximando, por exemplo, o funk do sertanejo. Naquele ano, Dennis escreveu e produziu Louca Louquinha, interpretada por MC K9 e João Lucas & Marcelo, faixa que foi a mais tocada nas rádios AM e FM de todo o país, segundo relatório anual divulgado pelo Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad). No mesmo período, lançou o Baile do Dennis, que se tornou sua marca registrada, com diversas edições em vários Estados. Somente no Rio Grande do Sul, foram cinco edições da festa.
No Planeta Atlântida 2020, ele traz um show especial, que não está atrelado ao seu baile. É uma noite para celebrar sua história e revelar novidades.
— Não posso adiantar muita coisa, mas além dos hits, sempre toco faixas que o público ainda não conhece. Podem esperar um show explosivo — afirma Dennis.
Espaço para promover as batidas da nova geração
Os novos nomes do funk também estão no Planeta Atlântida. Pela primeira vez, o festival terá o espaço Planeta Beat recebe Baile Funk, no sábado, que traz ao Estado nomes que se destacaram no gênero nos últimos anos.
Gustavo Sirotsky, diretor artístico do Planeta Atlântida, aponta que o evento sempre teve uma conexão forte com o funk. No final dos anos 1990, por exemplo, a dupla Claudinho e Buchecha foi destaque do line-up.
— O funk é um meteoro em todo o Brasil, então percebemos a necessidade de ter um local somente para ele dentro do Planeta. O Sul tem tudo a ver com o funk, sim, não é só uma exclusividade do Rio de Janeiro. É desejado em grandes festas por aqui — reitera Sirotsky.
Chernobyl
Entre as atrações do espaço, estão nomes como Ariel B, Mari Krüger e DJ Chernobyl – este último, a identidade paralela de Fredi Endres, integrante da banda gaúcha Comunidade Nin-Jitsu. Chernobyl já apresentou seu set dedicado ao funk em países como Ucrânia, Japão e França. Será a primeira vez que se apresentará sozinho no Planeta Atlântida.
— Vai ser um grande baile funk, moderno e com respeito às raízes. Quero pegar pesado no sentido sonoro, fazer um funk mais eletrônico, citando trechos de grandes clássicos do estilo no meio das canções — antecipa Fredi.