Em sua sexta participação no Planeta Atlântida desde 2011, o cantor sertanejo Luan Santana volta ao festival nesta sexta-feira (31) com a intenção de viralizar o amor. Aos 28 anos, ele traz o show da turnê Viva para o Palco Planeta, às 23h30min, acompanhado de alguns hits de sua trajetória — vide Acordando o Prédio e Meteoro. Gravado em Salvador (BA) e lançado em álbum e DVD no ano passado, o projeto tem inspiração na atmosfera cyberpunk (movimento literário de ficção científica centrado no confronto homem x máquina, em um futuro distópico).
— É uma temática que trabalha com acontecimentos futuros. Estamos vivendo um avanço desenfreado da tecnologia, as pessoas estão frias, mais distantes umas das outras, o amor em queda e a tecnologia em alta. Pensei em fazermos o palco nesse mundo, de máquinas e tecnologia absurda, onde os valores humanos estão cada vez mais esquecidos — explica.
Luan conta que um dos motes do Viva é promover um contato menos virtual e mais olho no olho. Para exemplificar a mensagem do projeto, ele lembra de uma entrevista da atriz e apresentadora Maisa a Pedro Bial.
— Maisa comentou que somente observando a lua com os olhos era possível vê-la em todos os detalhes, mas que isso era impossível de ser visto em uma foto com um smartphone. É disso que falamos nesse projeto — destacou.
Romântico
Se a estética do show ambiciona flertar com o cyberpunk, as letras das músicas continuam tratando do romantismo e da sofrência de sempre — vide Água com Açúcar, que fala de uma proposta de recomeço (“Você terminou com ele e tá chorando/ Quer água com açúcar ou o meu amor?/ E se eu te contar que a água acabou?/ O açúcar que tem é só do meu amor”), enquanto Choque Térmico aborda um relacionamento conturbado (“Esse seu coração frio e o beijo quente/ Tá dando um choque térmico na gente/ Com tanto esquenta, esfria, nosso clima varia”).
— Eu canto sobre o amor, falo sobre o amor. Por que não falar disso? Lembrar disso em um cenário tecnológico? Vamos viralizar sim, o amor, o sentimento — reflete o cantor.
Já o sucesso radiofônico Quando a Bad Bater, que reflete sobre o término de um namoro (“Não vai saber o que fazer/ Quando a bad bater e o silêncio trazer minha voz”), foi composto enquanto sua noiva, Jade Magalhães, secava o cabelo em um quarto de hotel.
— Foi no meio da turnê, três da tarde. Jade estava fazendo escova, aí peguei o violão e lembro que eu ia gravar, ela ligava o secador e eu anotava no celular para não esquecer. Fiquei nessa até ela terminar de secar o cabelo — recorda.
Amadurecimento
Da primeira apresentação no Planeta para cá, passaram-se nove anos. Luan crê ter amadurecido nesse tempo, definindo-se como “um homem na imagem e no som”. O cantor atesta que seu público também o acompanhou nesse amadurecimento.
— Percebo em meus shows que tem pessoas de todas as idades. Canto para todos, quero que a minha música toque o coração das pessoas — sublinha.
Por outro lado, Luan destaca que há um elemento essencial que não muda desde 2009, quando estreou com o disco Tô de Cara e estourou com a música Meteoro:
— O meu trabalho segue a minha realidade, minha identidade. Mas com a essência de sempre, que é a mesma, a do romantismo.
Mais Luan
Em entrevista a GaúchaZH, Luan falou mais sobre seu show no Planeta Atlântida, sobre faixas do Viva e sobre estar off-line.
Qual a expectativa para voltar a se apresentar no Planeta Atlântida?
O Planeta Atlântida é um evento que já faz parte da minha carreira. Sempre uma felicidade voltar. Estar pela sexta vez é bem gratificante para mim, ver o evento cada vez melhor, dividir cena com outros gêneros musicais e um grande público.
É a sua sexta vez no Planeta Atlântida desde 2011. Lembra como foi sua primeira vez no festival?
Cara, lembro, sim. Foi uma expectativa muito grande. Planeta Atlântida. Palco gigante. Grandes atrações. Eu ainda tão menino, mas amadurecemos juntos e estou, graças a Deus, em mais uma edição.
Em tempos de contato exacerbado com a tecnologia e vidas expostas nas redes sociais, por que é importante se desligar desse universo digital às vezes?
Quero provar que a tecnologia é bem-vinda. Ela tem se tornado munição no combate a vários males ao redor do mundo e fator essencial para a comunicação. Só não se pode abrir mão do abraço, do beijo, do afago latente que emana do calor de nossas mãos. Viver os momentos e compartilhar.
O que você costuma fazer quando está off-line?
Quando estou off-line total, gosto de ir pescar e curtir os momentos de folga. Viver essa vida que é tão linda. Claro que eu registro os momentos, off-line mesmo. E, depois, quando estou on, eu compartilho algumas (poucas) coisas pra vocês. Gosto de deixar nas memórias afetivas aquele momento em que pude passar com a minha família.
As redes sociais já te proporcionaram algum tipo de ansiedade? Por exemplo, já te atrapalharam em algum relacionamento?
Não, graças a Deus, sou bem tranquilo em relação a isso. Eu percebi o desejo de falar disso com meu público quando me vi dentro da minha própria casa e mandando em aplicativo uma mensagem para minha mãe (risos).
Composição de Bruno Caliman e que já foi cantada por Marcelo Marrone, Motel Paraíso é uma música que conta uma história de decepção amorosa, porém com uma conclusão interessante. Como essa canção entrou em seu repertório?
O Bruno me apresentou e eu gostei bastante. Mudamos o arranjo e é uma letra que eu curto bastante.
Água com Açúcar tem uma levada diferente, remete a uma balada rock de arena, como U2 e, em seu último terço de música, ao Thirty Seconds to Mars. Nos shows, você costuma se deitar no palco para cantá-la. De que maneira essa música é tocante para você? Vamos ouvi-la no Planeta Atlântida?
Com certeza. Água com Açúcar é uma das minhas apostas deste trabalho. Pelo tema do meu DVD Viva, essa canção é a faixa-tema. Ela fala de recomeços. É a mais nobre declaração para falarmos sobre o amor.
Planeta Atlântida 2020
Dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro (sexta e sábado), na Saba (Avenida Interbalneários, 413 – Praia de Atlântida).
Classificação etária: 14 anos. Menores de 14 anos não entram no evento, mesmo que acompanhados pelos pais ou responsável legal. Proibida a venda ou entrega de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.
Ingressos
- Arena (por dia): R$ 216 solidário e Clube do Assinante / R$ 200 meia-entrada / R$ 360 inteira
- Arena (passaporte): R$ 384 solidário e Clube do Assinante / R$ 640 inteira
- Camarote (sexta): R$ 396 solidário e Clube do Assinante / R$ 660 inteira (os ingressos para sábado estão esgotados)
- Camarote (passaporte) – esgotado
- Planeta Premium - esgotado
Vendas
- Bilheteria oficial (sem cobrança de taxa de conveniência): Saba (Av. Interbalneários, 413 - Praia de Atlântida). Nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, funcionamento das 10h às 0h.